Política
Política alagoana deve ter reviravolta em 10 dias
Rui Palmeira, Alfredo Gaspar e outros fortes nomes devem dar lances decisivos na disputa
Faltam dez dias no máximo para o ‘maior mistério’ da política alagoana hoje ser resolvido. Todos os prazos apontam para 5 de março de 2020. Até lá o Rui Palmeira (sem partido) vai revelar se fará ou não uma composição com o grupo do governador Renan Filho (MDB).
Essa inesperada reviravolta na política alagoana, se confirmada, terá desdobramentos não só para as eleições deste ano, mas também para 2022.
O dia 5 de março é também a data limite para o procurador Geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça (sem partido). Ele promete se desligar do Ministério Público Estadual já no dia 3 ou no máximo no dia 5, para disputar a prefeitura com apoio e Renan Filho e, provavelmente, de Rui Palmeira.
E não é apenas o destino de Gaspar e seus apoiadores que está em jogo.
Antes de 5 de março outros fortes nomes na corrida eleitoral de Maceió também devem dar lances decisivos na disputa.
O deputado estadual Davi Davino Filho (PP) pode se consolidar como o candidato do grupo de oposição a Renan Filho, que hoje é ainda capitaneado por Rui Palmeira. Ele já tem o apoio do PP, SD e Republicanos e pode ganhar o reforço de outros partidos e grupos insatisfeitos com a posição de Rui Palmeira.
O deputado federal JHC (PSB) também pode se beneficiar de uma eventual aliança entre Rui e Renan.
O presidente da Câmara de Vereadores de Maceió, Kelmann Vieira (PSDB), já avisou que está entre Davi e JHC. E para onde ele for, leva um grande grupo de vereadores da capital.
Primeira página
Presidente do Podemos, e considerado um dos mais influentes assessores do prefeito Rui Palmeira, Tácio Melo, avisa que o prefeito não decidiu nada ainda. “A desfiliação do PSDB foi apenas a primeira página desse livro, foi um primeiro passo. Depois disso ele vai começar a falar com as pessoas para decidir quem será o candidato. Em seguida tem as chapas de vereador. Por enquanto acho que é tudo especulação”, aponta.
E para onde vai o prefeito? Tácio avalia que ele teria mais chances hoje de ir para o Podemos ou DEM, mas ainda avalia o convite do PSL. “Ele deve decidir isso nos próximos 15 dias”, pondera.
A saída do PSDB, reforça Tácio, era previsível: “Rodrigo Cunha rejeitou Kelman (Vieira), Eduardo (Canuto), Tereza (Nelma). Deu não para os três. A única decisão que o prefeito tinha era sair PSDB. Agora começa a nova fase. Ele vai começar a discutir quem é o candidato, vai começar a analisar os candidatos do entorno, mas não tem nada fechado com ninguém”, afirma.
Novos grupos
Está claro que a partir das eleições deste ano em Maceió, a política de Alagoas poderá se dividir em três grandes grupos – não mais em dois com era até o começo deste ano.
Um grupo em torno de Renan Filho e a oposição, hoje orbitando em torno de Rui Palmeira, se dividindo em dois grandes blocos. A liderança desses blocos ou a convergência numa grande frente de oposição vai depender dos desdobramentos das eleições na capital.