De acordo com informações de bastidores, a aliança entre o governador Renan Filho (MDB) e o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), que antes eram rivais políticos, pode se consolidar nos seguintes termos: a ida do procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça para o MDB; ou a indicação de um vice sendo feita por Palmeira.

Alfredo Gaspar de Mendonça seria o nome que une o tucano e o emedebista. Porém, como ele iria para o partido de Renan Filho, isso abriria o espaço para que o prefeito indicasse um homem de sua confiança para compor a chapa.

Entre os cotados, está o secretário municipal Tácio Melo. Melo comanda o Podemos e trabalhava a possibilidade de se candidatar a uma das cadeiras da Câmara Municipal de Maceió. Caso se confirme o que ronda pelos bastidores, assume uma nova missão nessa ampla aliança: ser o candidato à vice-prefeito.

Ainda nos bastidores, a aproximação entre Renan Filho e Rui Palmeira é colocada na conta do senador Rodrigo Cunha (PSDB). Ao firmar posição de que os tucanos não teriam candidato próprio, Cunha abriu uma rota de colisão com Rui Palmeira, que não aceitava o PSDB apoiando a candidatura do deputado federal João Henrique Caldas, o JHC (PSB).

Houve, ainda segundo fontes, um diálogo entre Rui e Cunha para se tentar buscar o nome de Alfredo Gaspar para o ninho tucano, mas o senador também foi contrário a essa proposta. O senador assumiu de fato o compromisso com JHC. Cunha tenta construir seu próprio grupo e pode estar mirando no ano de 2022, quando pode disputar o governo do Estado de Alagoas.

Rui Palmeira também tem interesses em eleições futuras. A aliança com Renan Filho pode facilitar o caminho, já que o ex-tucano pode ter o apoio do emedebista. Essa aliança – entretanto – tem gerado problemas na base de Palmeira. Alguns nomes do Democratas – como o deputado estadual Davi Maia – não aceitam a aliança com o governador. Maia é opositor a Renan Filho na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas.

Como mostrou a jornalista Vanessa Alencar, Maia trabalha para que o Democratas não participe dessa aliança. Há uma posição semelhante no PP do ex-senador Benedito de Lira e do deputado federal Arthur Lira. O PP já sinalizou a possibilidade de ter candidatura própria: a do deputado estadual Davi Davino. O parlamentar pepista ainda contaria com o apoio do PRB e do Solidariedade, sigla comandada pelo presidente da Casa de Tavares Bastos, deputado estadual Marcelo Victor.

Por falar em siglas: o PROS, que é comandado por Fernando Collor de Mello, também faz parte da base de sustentação de Rui Palmeira desde que era comandado pelo deputado estadual Bruno Toledo.