A portaria da Polícia Civil e as exonerações dos delegados, Fábio Costa e Thiago Prado, da Divisão Especial de Investigações e Capturas (Deic) foram os assuntos que marcaram a sessão na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) nesta terça-feira (10).

Após votação dos deputados, um convite será enviado ao delegado-geral da PC, Paulo Cerqueira, para que até a próxima-quarta seja marcada uma reunião dos parlamentares com ele.

O primeiro a trazer o tema das exonerações dos delegados foi o deputado estadual Cabo Bebeto. Segundo ele, Fábio Costa e Thiagp Prado estavam realizando um "excelente trabalho" e foram vítimas de uma postura individual e ditatorial da Polícia Civil.

“Os números provam isso. Eles estavam se destacando pela produtividade. A prova disso é que estávamos um ano sem qualquer tipo de explosão a agência bancária”, disse Bebeto.

O deputado disse que estranhou a mudança dos delegados e que pareceu uma perseguição aos dois. “A sociedade estava satisfeita. Agora os delegados nem sabem para onde vão. Não há uma justificativa plausível. Por isso estamos com esse requerimento de convocação para que até quarta que vem, o delegado Paulo Cerqueira explique o que está acontecendo. Afinal, ele é diretor-geral e não dono. Vamos cobrar isso”, afirmou. “Se tá dando certo não se muda”, acrescentou Bebeto.

O parlamentar Davi Maia explicou que o convite será para chamar o delegado-geral e conversar sobre a portaria. “Não vamos chamar diretor para saber porque trocou delegado. O convite foi entregue antes do afastamento dos delegados.  A nossa intenção é debater a portaria que foi inconstitucional e que precisa ser explicada para essa Casa”.

Já o deputado Francisco Tenório disse que reconhecia que os delegados eram bons, mas que a mudança faz parte de um trabalho rotineiro dentro da Polícia Civil. “Quem é um bom delegado faz um trabalho bom em qualquer canto. O delegado-geral tem a competência de designar o delegado e fazer mudanças”.

Por fim, o deputado Antônio Albuquerque disse que a hierarquia existe em todos os segmentos e que não via motivo para uma “celeuma tão grande na transferência de dois delegados”.

“É preciso que se respeite os limites do diretor-geral. Inclusive, acredito que se a discussão está nesse nível, quem deveria ser chamado aqui era o secretário de Segurança Pública. Ninguém vai chamar o delegado-geral para perguntar por qual motivo ele transferiu delegados. Essa pergunta sequer pode ser feita. Quem quer limites respeitados precisa respeitar os limites dos semelhantes”, reforçou Albuquerque.

Colocado em votação, o convite foi aceito por unanimidade e segundo o presidente da Assembleia, deputado Marcelo Victor será expedido um ofício para ser enviado ao diretor-geral.