Política
Marcelo Beltrão recorre ao TRE para disputar eleições 2020
A disputa pela prefeitura de Coruripe seria contra o primo Maykon Beltrão, também do MDB e com apoio do atual prefeito
Um processo que tramita no TRE de Alagoas será decisivo para manter ou tirar da disputa à prefeitura do município de Coruripe, o deputado estadual Marcelo Beltrão.
Marcelo, que até a semana passada era líder do partido na Assembleia Legislativa de Alagoas, quer reconhecimento de “justa causa” para se desfiliar do MDB. E confirma que ‘entregou’ a liderança da bancada, a maior da ALE, com seis deputados (quem passou a responder pela função foi o vice-líder Galba Novais).
Primos, o deputado federal Marx Beltrão (PSD) e Marcelo Beltrão (MDB) não conseguiram um entendimento sobre espaços políticos na região sul de Alagoas. O começo de tudo foi em 2018, quando a se dividiu entre dois candidatos a estadual. Além de Marcelo, o outro também eleito foi Yvan Beltrão (PSD).
Agora, Marcelo que é irmão do prefeito de Penedo, Marcius Beltrão (PDT), quer ser candidato a prefeito de Coruripe nas eleições deste ano.
O prefeito do município é Joaquim Beltrão (MDB), pai de Yvan Beltrão, que apoia a pré-candidatura de Maykon Beltrão (MDB), que é irmão de Marx e primo de Marcelo.
Em setembro de 2019, Maykon, que era do PSD, se filiou ao MDB, mesmo partido de Marcelo. Agora só um dos dois poderá ser candidato pelo partido, sendo o motivo da crise enfrentada pela família Beltrão.
Marcelo não tem a opção de mudar de legenda. Se deixar o MDB corre risco de perder o mandato de deputado estadual.
Por isso foi ao TRE, alegando que legenda do MDB seria assegurada de ‘forma cartorial’ para o primo Maykon e pediu o reconhecimento de “justa causa”.
Se o pedido for aceito, ele poderá se filiar a outro partido para concorrer a prefeito. Se o TRE não aceitar a ‘petição’, Marcelo fica no MDB até a próxima janela partidária. No caso dele, será em março de 2022.
Se o TRE julgar sua petição até 4 de abril e for favorável, ele poderá se habilitar a disputar a prefeitura por outro partido. Depois disso, mesmo liberado do MDB, mas não terá mais prazo para disputar a prefeitura.
A crise
Dois documentos do MDB figuram no processo. Um do secretário-geral do partido, Ricardo Nascimento Santa Ritta e outro do presidente do diretório estadual, senador Renan Calheiros. No primeiro, Ricardo informa que a decisão será ‘cartorial’, no outro, Renan nega qualquer preferência partidária e classifica a declaração do secretário-geral como “falsa assertiva”.
O processo (uma petição eletrônica) está agora em segredo de justiça. Mas a petição foi publicada pelo jornalista Wadson Régis.
Em documento oficial do MDB, Renan Calheiros esclarece que Santa Ritta não tem atribuição responder a consulta e que não houve deliberação antecipada a favor de qualquer nome.
Confira aqui a petição.