Política
Denúncias contra o Lacen e atuação parlamentar são debatidas na ALE
Primeiro a se manifestar foi o deputado Francisco Tenório (PMN/AL)
As denúncias contra o Laboratório Central de Alagoas (Lacen) e a questão da imunidade parlamentar foram os temas que dominaram a sessão nesta quarta-feira (6). O primeiro a se manifestar foi o deputado Francisco Tenório (PMN/AL), que defendeu o trabalho do laboratório no combate ao coronavírus (covid-19) e criticou as denúncias feitas na sessão anterior pelo deputado Davi Maia (DEM/AL).
Tenório pediu a união de todos e fez um apelo ao deputado Davi Maia para que deixe, neste momento, os técnicos trabalharem em paz no combate à pandemia. “Temos um laboratório do Estado fazendo exames importantes sobre diagnóstico da Covid-19, mas seus funcionários vivem numa grande pressão por causa destas denúncias. Estão trabalhando com medo de cada ato, telefonema ou conversa, vivendo o terrorismo de que, entre eles, existe um servidor que está fazendo denúncias contra os próprios colegas de trabalho. Isto é horrível, principalmente porque eles estão trabalhando além de sua carga horária”, destacou.
O deputado disse ainda que, ao invés dos funcionários serem incentivados, vem sendo criticados pelo deputado Davi Maia na tribuna da Assembleia e nas suas redes sociais. O deputado reafirmou que existem fake news (notícias falsas) entre as denúncias apresentadas e mostrou um áudio dando a entender que o Estado paga por duplicidade nos exames. “Sei que um dos pilares do Parlamento é a fiscalização, mas temos que ter responsabilidade nestas informações. Temos imunidade para nossas palavras, opiniões e voto, mas não para cometer crime. Dizer que alguém cometeu uma falsidade ideológica sem ter cometido é um crime e pode haver processo no ponto de vista penal e civil”, disse.
Em seguida, o deputado Davi Maia reafirmou suas denúncias e defendeu a imunidade parlamentar. Maia chegou a citar artigos das constituições Federal e Estadual que protegem o deputado no que se refere às denúncias e disse que não citou nome de nenhum funcionário no plenário, só a da antiga gestora, que é prima do governador. “Minha intenção é melhorar o atendimento do Lacen e agilizar os resultados dos exames contra a Covid-19. Defendo ainda que todos os alagoanos sejam tratados de forma igualitária e que não tenha fura-fila na lista de prioridades do Governo. O que não se pode é dizer que eu menti ou estou criando fake news. Isso é uma acusação muito séria e fere a autonomia deste Parlamento”, destacou.
Davi Maia afirmou que encaminhou as denúncias recebidas sobre o Lacen ao Ministério Público Estadual e às comissões de Saúde e de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa. “Ninguém até agora descaracterizou minhas denúncias. São documentos oficiais, e-mails e testemunhas. Vou continuar exercendo meu papel e não vou recuar nenhum milímetro. O problema do nepotismo persiste e vou continuar denunciando. Quero apenas o fim do nepotismo no Lacen e a publicação de uma portaria da Secretaria de Estado da Saúde regulamentando a fila de prioridades na realização dos testes para a Covid-19”, concluiu.
O líder do Governo, deputado Silvio Camelo (PV/AL), defendeu as ações de Saúde e de Comunicação implantadas pelo Estado, além de enaltecer o trabalho desenvolvido pelo Lacen. Por último, a deputada Jó Pereira (MDB/AL) defendeu a importância do Parlamento com autonomia.