Política
Pressionado por impeachment, Lira diz que o caso Covaxin saiu da esfera política
Partidos políticos e entidades da sociedade civil vão apresentar o que estão chamando de “superpedido de impeachment”
Próximo de receber um “superpedido” de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), continua reticente em aceitar dar encaminhamento a qualquer requerimento nesse sentido e disse que o caso envolvendo suspeitas na compra pelo governo federal da vacina Covaxin saiu da esfera política para a judicial.
Cabe a ele analisar os pedidos protocolados no Legislativo pela saída do presidente e permitir a abertura de um processo — ele já tem em mãos mais de 120 requerimentos e sempre se posicionou contra a dar seguimento a eles, mas a pressão pela oposição e nas redes sociais ganhou um novo fôlego com as suspeitas levantadas nos últimos dias.
Os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (Rede-ES) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) enviaram na última segunda-feira, 28, uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir uma investigação sobre o eventual crime de prevaricação cometido por Bolsonaro durante a aquisição de doses da Covaxin. O deputado Luis Miranda (DEM-DF) afirmou, em depoimento à CPI da Pandemia no Senado, ter avisado o presidente sobre um possível esquema de corrupção envolvendo a compra do imunizante, mas ele não tomou nenhuma atitude.
Segundo Lira, a CPI “decidiu judicializar uma denúncia contra o presidente da República” e, com isso, “ela sai da esfera política e vai para esfera técnica e judicial”. “Agora é esperar o posicionamento do procurador-geral da República e a gente acatar o que o procurador decidir. A questão agora virou judicial”, disse. O presidente da Câmara também afirmou que cabe a Luis Miranda comprovar a veracidade da denúncia.
Partidos políticos, parlamentares, movimentos sociais e entidades da sociedade civil protocolaram nesta quarta-feira (30) na Câmara o chamado "superpedido" de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
O "superpedido" tem 46 signatários e consolida argumentos apresentados nos outros 123 pedidos de impeachment já apresentados à Câmara. Entre esses argumentos, está o mais recente — o que aponta prevaricação do presidente no caso da suspeita de corrupção no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.
O texto foi elaborado por um grupo de juristas e atribui a Bolsonaro 23 crimes de responsabilidade