Política
Indígena, ex-militar, influencer e trans: Bianca busca uma vaga na ALE
Nova filiada do MDB quer conquistar o espaço para trabalhar em prol da população LGBTQI+ em Alagoas
Bianca Nunes, de 23 anos, é um exemplo de superação e força de vontade, para todos. Ela, uma mulher trans, que nasceu na tribo dos Wassu Cocal, filha de militar com mãe evangélica, entrou pro exército, viveu em São Paulo, fez 15 cirurgias plástica, se tornou influencer digital e voltou a Alagoas e após fixar residência no estado, é candidata a deputada estadual pelo MDB.
“Eu decidi entrar pra política para defender a minha causa, já que somos pessoas invisíveis, estive na pele de uma pessoa em situação de rua e eu sei o quanto é difícil ser uma pessoa trans no Brasil, que é o país que mais mata e exclui pessoas como eu”, disse Bianca a reportagem do Jornal de Alagoas.
Bianca já fez de tudo, principalmente no tempo que morou em São Paulo. Viveu na rua, foi obrigada a viver em casas de cafetinas, mas sempre com um olhar positivo, virou o jogo. Fez o curso de aeromoça, voltou pra Alagoas em 2020 para ajudar sua família e está estudando para fazer o vestibular de medicina. Agora, quer uma vaga na Assembleia para ajudar pessoas como ela.
“A minha luta, é a luta para dar visibilidade, pra ajudar meninas como eu, meninas cis, meninas trans, incluindo toda a sigla LGBTQI+. Eu espero que essa campanha seja um sucesso e estou muito animada e muito feliz com isso”.
Muitas pessoas hoje vão até o seu instagram, que tem 585 mil seguidores por identificação com Bianca e conversam com ela por se sentirem seguros para falar da sua sexualidade. “Olha, comecei a minha transição depois que eu assisti seus vídeos, eu quero começar minha transição mas tenho medo da minha família...então, seria muito importante essa pauta em sala de aula, que a criança já iria começar a entender”, contou a pré-candidata e influencer.
Desafiando a tudo e a todos, Bianca conseguiu seu espaço e agora pretende ampliar, para que pessoas que sofrem o preconceito não passem pelas mesmas situações que ela passou. “Eu tenho 15 cirurgias plásticas, mas nem é porquê eu queria fazer as cirurgias, mas sim pela pressão psicológica da sociedade. Então, imagina as meninas que estão nas ruas, querem se transformar e não conseguem?”.
Agora é esperar os próximos passos de Bianca, rumo a política e a uma vaga na Assembleia e que traga destaque e a visibilidade necessária para a população LGBTQI+, principalmente para mudar a realidade das pessoas trans em Alagoas.
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