O governador Renan Filho deve manter o “suspense” sobre seu futuro político até o final desta semana ou começo da próxima, no máximo. Ele prepara comunicado, para informar que por decisão do seu partido deve deixar o governo até 2 de abril, para concorrer provavelmente ao Senado nas eleições deste ano.

Enquanto o governador prepara decisão, que terá que ser acompanhada de algumas providências para manter a máquina funcionando, outro “RF” já avança no processo de transição.

“Estou preparando tudo para renunciar, já conversei com vice, com secretários, com toda a equipe. Estou pronto para deixar o cargo e esperar uma decisão, ainda que seja em outro partido”, avisa Renato Filho, prefeito de Pilar.

Atualmente filiado ao MDB, Renato é pré-candidato ao governo. O partido, em função da pré-candidatura do deputado estadual Paulo Dantas, que deve ser o governador-tampão, não deve ter espaço para o prefeito de Pilar numa majoritária.

Como define um importante interlocutor do Palácio dos Palmares, “ele é um excelente nome, mas as circunstâncias não possibilitam que seja candidato, ao menos pelo MDB”.

Para esse interlocutor, Renato teria boas chances de ser eleito tal e qual Paulo Dantas, desde que “tivesse de Renan Filho e Lula”.

Com disposição para deixar uma das prefeituras com melhor situação financeira do Estado faltando dois anos e 8 meses para o fim do mandato, Renato Filho admite “esperar” uma decisão por seu nome em outro partido.

Em função dos prazos eleitorais, não será surpresa a filiação dele a outra legenda nos próximos dias.

Conversei com Renato Filho quase ao acaso em uma Secretaria de Estado. Ele tinha em mãos o resultado de uma pesquisa de “consumo interno” que o colocava na terceira posição, com dois dígitos, numa cenário com cinco candidatos.

Pela pesquisa, Renato seria um nome viável. Ele mostraria (mostrou?) o resultado ao outro “RF”. Não será fácil para Renan Filho, pelo jeito, ‘segurar’ Renato no seu grupo. O prefeito de Pilar tem conversado com outros líderes políticos de Alagoas. E a todos tem dito – sem segredos – que quer ser “ouvido”. Em outras palavras, que quer participar do processo, de preferência como candidato.

Quem vai ouvi-lo primeiro? A conferir.