Política
Lula diz que todos deveriam ter direito ao aborto: ‘Questão de saúde pública’
Declaração foi criticada por Damares Alves, ministra dos Direitos Humanos, e por parlamentares bolsonaristas
O ex-presidente Lula (PT), que também é pré-candidato na eleição presidencial de 2022, defendeu nesta quarta, 6, que o aborto seja um direito legalizado. Para o político petista, quem sofre com a proibição são as mulheres pobres, que passam pelo procedimento sem segurança, enquanto as ricas fazem o aborto no exterior.
“Aqui no Brasil, as mulheres pobres morrem tentando fazer aborto, porque é proibido, o aborto é ilegal. Aqui no Brasil não faz (aborto) porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa cuidar”, afirmou Lula durante um debate promovido pela Fundação Perseu Abramo e a pela entidade alemã Fundação Friedrich Ebert, em São Paulo.
Para o pré-candidato, a pauta da família está muito atrasada no Brasil, e é autorizada por um homem sem moral para cuidar dela [em referência ao presidente Jair Bolsonaro].
“A sociedade evoluiu muito, os costumes evoluíram muito e precisamos ter coragem para fazer esse debate”, disse. A declaração foi criticada por Damares Alves, ministra dos Direitos Humanos e da Família, que afirmou que “a pauta do ex-presidente sempre foi a cultura da morte”, e parlamentares ligados ao bolsonarismo, como os deputados Marco Feliciano (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).