Política

Luciano Hang pode receber o título de Cidadão Honorário de Maceió

Câmara deve votar hoje o Projeto de Decreto Legislativo, em primeira discussão

Por Redação* 03/05/2022 11h11
Luciano Hang pode receber o título de Cidadão Honorário de Maceió
Luciano Hang, na CPI da Pandemia - Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado

A Câmara de Vereadores deve votar nesta terça-feira (3), se o empresário Luciano Hang deve receber o título de Cidadão Honorário de Maceió. Hang, conhecido apoiador do governo Bolsonaro (PL), deve inaugurar brevemente uma de suas lojas na capital alagoana.

O dono da Havan é conhecido por processar jornalistas e opositores. Segundo a revista Forbes, Hang tem um patrimônio avaliado em R$ 22,6 bilhões. O bilionário foi um dos alvos da CPI da Pandemia e também já foi investigado sob suspeita de disseminação de notícias falsas na internet.

Em depoimento prestado à CPI da Pandemia, o empresário Luciano Hang chegou a reconhecer que sua mãe recebeu tratamento com medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19. Antes disso, ele havia alegado, em vídeo, que ela não teria falecido se tivesse recebido esse tipo de tratamento.

A mãe do empresário morreu em fevereiro de 2021, em um hospital da Prevent Senior — empresa que foi alvo de várias acusações na CPI da Pandemia, entre elas a de induzir médicos a prescrever esses medicamentos. Ao ser questionado sobre o motivo da ausência de citação à covid-19 no atestado de óbito de sua mãe, Hang atribuiu a omissão a um "erro do plantonista".

O empresário também negou as acusações feitas contra ele, como a de financiar a divulgação de notícias falsas, de ter sido integrante do "gabinete paralelo" (grupo que teria aconselhado o presidente Jair Bolsonaro no enfrentamento à pandemia e que defendia o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19) e de ter financiado atos antidemocráticos durante as comemorações de 7 de setembro e de ter participado de tratativas para a compra da vacina chinesa CanSino (sobre a qual há suspeita de irregularidades).

Além disso, uma investigação feita pelo El País e outros veículos brasileiros, baseado no grande vazamento de documentos oficiais em 2021, destaca outra polêmica. As evidências revelaram que o empresário manteve por quase vinte anos uma empresa em um paraíso fiscal, no valor de 112,6 milhões de dólares.

O Projeto de Decreto Legislativo é de autoria do vereador Leonardo Dias (PL).

*Com agências