Política

Jó Pereira critica “obras inacabadas” e “projeto de poder”

“A eleição precisa ocorrer dentro da legalidade, respeitando a legislação nacional, afinal, o governador escolhido pela Assembleia tomará decisões, por oito meses, para os mais de três milhões de alagoanos e isso precisa estar na pauta”

Por Blog de Edivaldo Junior 06/05/2022 05h05
Jó Pereira critica “obras inacabadas” e “projeto de poder”
Jó Pereira - Foto: Reprodução

Em entrevista na Rede Antena7, a deputada estadual Jó Pereira (PSDB) conversou sobre a eleição indireta para governador e vice-governador de Alagoas e diversos assuntos – entre eles a saída do MDB.

“Não é porque é uma eleição indireta, onde só os deputados irão votar, que a população precisa ser alijada do processo. A eleição precisa ocorrer dentro da legalidade, respeitando a legislação nacional, afinal, o governador escolhido pela Assembleia tomará decisões, por oito meses, para os mais de três milhões de alagoanos e isso precisa estar na pauta”, defende Jó.

A deputada também criticou as obras inacabadas deixadas pelo ex-governador Renan Filho “em razão da pressa, da correria de final antecipado de mandato”, entre as quais o Hospital da Criança e trechos de duplicações de rodovias.“O ex-governador deveria finalizar o mandato com as entregas possíveis e programadas, essa é minha opinião e sempre estarei atenta não só as obras físicas inacabadas, mas aquelas inacabadas enquanto leis aprovadas que, infelizmente, não foram executadas e essas sim vão provocar uma transformação de vida nas pessoas”, afirmou.

Versão oficial

Veja texto da assessoria de Jó Pereira

Deputada fala sobre mudança de partido, obras inacabadas e critica “projeto de poder”

A deputada estadual Jó Pereira (PSDB) conversou sobre diversos assuntos nesta quarta-feira (04), entre eles a eleição indireta para governador e vice-governador de Alagoas; sua saída do MDB; leis que beneficiariam a população, mas nunca foram colocadas em prática; obras inacabadas; pesquisa eleitoral e aliados políticos.

Em entrevista concedida aos jornalistas Elen Cipriano e Abidias Martins, na Rede Antena7, Jó voltou a esclarecer que não é contrária a eleição que será realizada na Assembleia Legislativa, mas sim a forma como ela está sendo conduzida.

“Não é porque é uma eleição indireta, onde só os deputados irão votar, que a população precisa ser alijada do processo”, afirmou, defendendo que garantir que haja similaridade com as eleições diretas, com a participação dos partidos políticos, ampla divulgação dos candidatos e direito ao contraditório, é uma forma de inserir a população na discussão.

“A eleição precisa ocorrer dentro da legalidade, respeitando a legislação nacional, afinal, o governador escolhido pela Assembleia tomará decisões, por oito meses, para os mais de três milhões de alagoanos e isso precisa estar na pauta”.

“Desconsiderada” no MDB


Questionada pelo jornalista Marcos Rodrigues, em uma participação por telefone, se ela considera ter sido silenciada dentro do MDB, já que teria uma evolução natural no partido, em razão do destaque de seu mandato, Jó respondeu: “Poderia dizer que não foi um silenciamento, mas fui desconsiderada ao longo de todo o período que permaneci deputada no MDB”.

Pontuando as principais causas que defendeu no Parlamento, a deputada disse que nenhuma delas foi atendida quando o ex-governador estava à frente do governo, citando como exemplos as cobranças em vão pelo Plano Estadual de Combate à Pobreza e pelo o uso adequado dos recursos Fecoep; e pela execução de leis, entre elas a que prevê a compra da merenda escolar da agricultura familiar; a implantação do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Alagoano; e a lei que cria a política pública de assistência integral e inclusão da pessoa com transtorno do espectro autista.

Ela falou também sobre a falta de incentivos à lei do Jovem Aprendiz Alagoano, para garantir o primeiro emprego a milhares de jovens, e sobre a ausência de regulamentação do Fundo Estadual de Combate ao Câncer, cujos recursos exclusivos para o diagnóstico e tratamento da doença estão parados: “As pessoas estão sem tratamento, apesar da construção de tantos hospitais”.

“Para mim ficou claro, nesse processo de desconsideração e silenciamento, que houve um distanciamento entre minha atuação, que defende causas importantes para os alagoanos, entre o que eu acredito ser importante para Alagoas e para os alagoanos, e aquilo que o MDB entende como projeto de governo”, acrescentou.

Jó contou que na carta de desfiliação entregue ao presidente do partido, senador Renan Calheiros, destacou essa falta de espaço. Ela também pontuou que não fez, nem faz parte do projeto de poder que gerou o atual cenário de indefinição de eleição indireta, de um governador que não será escolhido pelo povo: “Foi muito mais que um processo de silenciamento, foi um processo de distanciamento político, distanciamento daquilo que acredito”.

Obras inacabadas


A deputada também falou sobre as obras inacabadas deixadas pelo ex-governador Renan Filho “em razão da pressa, da correria de final antecipado de mandato”: o Hospital da Criança; a obra do antigo Alagoinhas e trechos de duplicações de rodovias.

“Ao meu ver, o ex-governador Renan Filho deveria ter finalizado o mandato, afinal o alagoano confiou nele para isso, em 2018. Quando você traz, em ano eleitoral, a escolha por eleição indireta de um governador tampão que tem possibilidade de ir para reeleição, em razão da necessidade de Renan Filho disputar o Senado, antevemos aí um projeto de poder e não de Alagoas”, avaliou.

“O ex-governador deveria finalizar o mandato com as entregas possíveis e programadas, essa é minha opinião e sempre estarei atenta não só as obras físicas inacabadas, mas aquelas inacabadas enquanto leis aprovadas que, infelizmente, não foram executadas e essas sim vão provocar uma transformação de vida nas pessoas”.

Aliados


Jó avaliou com alegria a pesquisa divulgada nesta quarta pelo Sistema Pajuçara de Comunicação, do Instituto Paraná, com o senador Rodrigo Cunha (UB) na liderança das intenções de votos para o governo de Alagoas.

Além de elogiar a atuação de Cunha em Brasília, a deputada falou também sobre a gestão do prefeito JHC, “que vem mostrando um novo jeito de executar políticas públicas, olhando para as pessoas”, disse, citando programas como o Corujão da Saúde e a CNH Social, todos contando com o apoio incondicional do mandato de Rodrigo Cunha.

“São programas como esses que, além de obras físicas, trazem mudanças à vida das pessoas, impactam positivamente na vida das pessoas”, completou.

Sobre a possibilidade de ser vice-governadora na chapa encabeçada pelo senador, Jó afirmou que é companheira de projeto de governo de Rodrigo Cunha.

Em relação ao fato de que uma possível participação direta em uma majoritária para governo pode fazer dela a primeira vice-governadora do estado, a deputada disse que isso significa muito.

“Venho defendendo bandeiras importantes na Assembleia, como o Fundo de Combate ao Câncer, o primeiro emprego para o jovem, o combate à violência, importância da agricultura familiar, a necessária expansão da matricula da educação infantil, Orçamento da Criança e do Adolescente (OCA). E defendo sempre também a participação equilibrada entre homens e mulheres na política. Poderemos ter a oportunidade de ter a visão de uma mulher compondo um governo e nós sabemos que estar dentro de uma composição como vice-governadora, representando as alagoanas, não é apenas ser coadjuvante, é participar da condução de um projeto por Alagoas, que tenha também o olhar feminino. Vou participar apoiando, colaborando, junto com o pré-candidato, para que possamos fazer de Alagoas uma Alagoas mais humana, desenvolvida economicamente e socialmente”.

Articulação e união


A deputada defendeu ainda, durante a entrevista, a importância da articulação entre União, estados e municípios, como essencial em todas as áreas. “Sem diálogo produtivo das três instâncias é impossível executar política pública de forma adequada a atender as pessoas.

Ela citou como exemplo de pensamento voltado às necessiidades da população a tarifa de ônibus – a menor do país – adotada em Maceió: “O estado poderia, diante do aumento exacerbado do combustível, isentar o ICMS do combustível do sistema de transporte público coletivo, reduzindo a tarifa para o alagoano pagar menos”.

Lembrando sua participação na Marcha dos Prefeitos em Brasília, Jó afirmou que os municípios nunca receberam tantos recursos como agora para fazer frente a todas as políticas púbicas, porém, mais uma vez se peca pela falta do diálogo que vem desestruturando todas essas políticas públicas nas principais áreas.

“Não estamos sequer conseguindo desmontar os palanques de uma eleição para outra”, alertou, nos minutos finais da entrevista.