Política
Sem mulheres na Corte: TJ exclui possibilidade de Alagoas ter uma nova desembargadora
Movimento formado por advogados, advogadas e entidades jurídicas e de gênero pedia uma mulher advogada no desembargo do Tribunal
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) divulgou os nomes que compõe a lista tríplice para a vaga de desembargador do estado. Os três eleitos foram Fábio Costa de Almeida Ferrario, com 17 votos; Eduardo Antônio de Campos Lopes, com 15 votos; e Alberto Maya de Omena Calheiros, com 11 votos.
Sem mulheres na disputa, o TJ-AL exclui a possibilidade de Alagoas ter uma nova desembargadora em sua Corte, formada por 16 homens e apenas uma mulher, a magistrada Elizabeth Carvalho Nascimento.
Havia um movimento formado por advogados, advogadas e entidades jurídicas e de gênero, que pedia uma mulher advogada como desembargadora do TJ-AL. O movimento realizou um abaixo assinado que contou com mais de 500 assinaturas.
"Indicar uma mulher ao desembargo será, para além de um marco de coerência, um legado inquestionável e inesquecível de compromisso com as mulheres. Sabemos que as mulheres são a maioria da advocacia e a maioria da população alagoana. Sabemos, também, que o TJ/AL teve apenas 3 mulheres ao longo de mais de um século de sua existência, o que significa um percentual de menos de 3% de representatividade feminina", dizia o texto do abaixo assinado.
A esperança para a escolha de um nome feminino para o desembargo alagoano se dava principalmente porque Paulo Dantas vem reforçando a ideia de paridade em seu quadro de servidores. Ele tem divulgado orgulhosamente que Alagoas tem o primeiro secretariado composto por maioria feminina no país.
Caso a desembargadora Elizabeth Carvalho Nascimento se aposente, Alagoas contará apenas com homens para tomar as principais decisões jurídicas do estado. A título de comparação, enquanto Alagoas tem 51,55%, da população composta por mulheres, de acordo com o último censo do IBGE, no Desembargo, a Corte tem representação feminina de apenas 0,17%.