Política

Nova perícia diz que registro de acesso de câmeras da festa de petista morto foi apagado

Com isso, não é possível saber quem teve acesso a esses dados. A resposta poderia ajudar a polícia a responder algumas perguntas ainda abertas sobre o assassinat

Por Redação* 03/08/2022 09h09
Nova perícia diz que registro de acesso de câmeras da festa de petista morto foi apagado
Marcelo Arruda (direita) foi morto em seu aniversário de 50 anos - Foto: Reprodução

Foi anexada, nesta terça-feira (2) ao processo que investiga a morte do guarda municipal Marcelo Arruda, em Foz do Iguaçu (PR), uma nova perícia, que aponta uma limpeza no registro de acessos do aparelho que gravou as imagens do dia do crime.

Com isso, não é possível saber quem teve acesso a esses dados. A resposta poderia ajudar a polícia a responder algumas perguntas ainda abertas sobre o assassinato cometido durante a festa de aniversário de 50 anos de Arruda, que teve como tema o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu partido, o PT.

Não se sabe quem teria mostrado as imagens das câmeras de segurança para o policial penal Jorge Guaranho, autor dos disparos que mataram o petista. Elas podem ter sido o gatilho para que o bolsonarista fosse até o local e fizesse os disparos contra o petista.


O laudo emitido pela perícia criminal do Paraná diz que o serviço remoto do gravador estava ativado e que às 08h57 do dia 11 de julho —dois dias depois do crime— ocorreu um evento de "Limpar", que apagou todos os registros de acesso do aparelho. Assim, não foi possível afirmar se houve acesso às imagens na data do assassinato, muito menos quem as acessou.

A investigação apontou, entretanto, que não há indícios de alteração nas gravações ou imagens. A solicitada leitura labial das pessoas nas imagens também não pode ser realizada, diz a polícia criminalística.

Imagens externas do circuito de segurança do salão de festas mostram o início da discussão entre Guaranho e Arruda. Uma outra câmera de segurança, interna, registrou também o momento em que o policial penal bolsonarista invadiu o aniversário e atirou contra o petista.

Durante a ação, o petista reagiu e efetuou disparos contra seu agressor.

O inquérito, que descartou crime político em seu enquadramento, foi concluído em cinco dias e já havia sido enviado para o Ministério Público do Paraná.

*Com Folha de São Paulo