Política
Esposa de Gilberto Gonçalves é empossada em Rio Largo após prefeito ser afastado
Nova prefeita deve ficar no cargo por 60 dias
Nesta sexta-feira (12), a vice-prefeita de Rio Largo, Cristina Gonçalves (PP), tomou posse no lugar do marido, Gilberto Gonçalves (PP), que é investigado pela Polícia Federal na Operação Beco da Pecúnia por desvio de dinheiro público. A agora prefeita deve permanecer no cargo por 60 dias, prazo dado pela Justiça Federal.
Durante a posse, o presidente da Câmara de Rio Largo, vereador Jefferson Alexandre Cavalcante, solicitou a leitura do Termo de Compromisso, onde é feita a promessa de defender a Constituição e observar as Leis do município.
Afastamento de Gilberto Gonçalves
O prefeito, os secretários de Saúde, Finanças, Educação e Assistência Social, além de três servidores do município, foram afastados por serem suspeitos de desvio de cerca de R$ 20 milhões em verbas e lavagem de dinheiro, por meio do uso indevido do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo determinação judicial, o afastamento cautelar dos agentes públicos dos cargos é pelo prazo de 60 dias. Conforme divulgado pela assessoria de Comunicação da Polícia Federal em Alagoas, eles também estão proibidos de frequentar órgãos públicos do município, manter contatos entre si e de se ausentarem do país.
Também estão suspensos os contratos firmados entre as pessoas jurídicas e o município de Rio Largo.
Investigação
O prefeito de Rio Largo, no Alagoas — aliado político do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) —, é apontado em um esquema de desvio de dinheiro da saúde e educação. Segundo informações do inquérito da Polícia Federal ao qual a Agência Pública teve acesso, Gilberto Gonçalves, do PP, teria desviado dinheiro da Prefeitura usando empresas de fachada. O município recebeu mais de R$ 15 milhões em emendas do orçamento secreto apenas em 2021.
A investigação apontou que R$10,6 milhões em repasses feitos pela prefeitura de Rio Largo às empresas Litoral e Reauto foram sacados por funcionários das firmas na boca do caixa, entre janeiro de 2019 e fevereiro de 2022. Ao todo, foram 233 saques de valores superiores a R$10 mil, sendo que 185 foram de R$ 49 mil. Para a PF, os saques são uma tentativa de “driblar” a regra do Banco Central que prevê que todos os saques acima de R$50 mil são comunicados automaticamente ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf)
*Com informações do Tribuna Hoje