Política
Chapa às avessas: candidatura de Rodrigo sofre pressões com “crise interna”
As sucessivas quedas nas pesquisas não só jogaram Rodrigo Cunha no terceiro lugar, atrás de Paulo Dantas (MDB) e Fernando Collor (PTB), como parecem ter provocado uma grande crise na sua coligação
O senador Rodrigo Cunha (União Brasil) começou sua caminhada como pré-candidato ao governo de Alagoas no final de 2021 com mais de 30% nas pesquisas. Era presidente do PSDB, tinha a imagem colada com o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), e despontava como nome a ser batido nas eleições deste ano.
Deste então, as estratégias do senador parecem ter tido efeito adverso ao esperado. A mudança na última hora para o União Brasil, o alinhamento de sua imagem com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), além da aliança com adversários de 2020 (caso de Alfredo Gaspar de Mendonça e Luciano Barbosa) sem nenhuma motivação além do apelo puramente eleitoral, não parecem produziu o crescimento político esperado.
As sucessivas quedas nas pesquisas não só jogaram Rodrigo Cunha no terceiro lugar, atrás de Paulo Dantas (MDB) e Fernando Collor (PTB), como parecem ter provocado uma grande crise na sua coligação.
O senador conseguiu assegurar, aparentemente com a ajuda direta de Arthur Lira e do Palácio do Planalto, que o PSB de JHC se coligasse com o UB. Mas o movimento não foi suficiente para diminuir crises internas.
Recentemente, Arthur Lira e Rodrigo Cunha chegaram a ensaiar críticas ao senador Fernando Collor e tentaram uma aproximação “por tabela” do candidato ao governo do UB com o presidente Jair Bolsonaro, mas até o momento o movimento não teve repercussão entre os bolsonaristas.
À boca miúda alguns dos integrantes do grupo fazem críticas a falta de liderança e de “pulso” de Rodrigo na condução da campanha, cuja articulação teria ficado a cargo dos Pereira.
A deputada estadual Jó Pereira (PSDB), candidata a vice-governadora de Rodrigo Cunha tem uma participação tão efetiva na campanha quanto a dele e às vezes consegue se posicionar melhor – a ponto de alguns defenderem (ainda que não publicamente) que seja ela a candidata.
“A chapa está invertida”, aponta um influente interlocutor. “Consultado sobre a possibilidade de troca de candidatos, o Arthur Lira disse que não vai se envolver na questão”, aponta.
A crise promete se agravar nos próximos dias, aponta o interlocutor: “existe risco de que o UB nacional mande menos do que R$ 20 milhões prometidos para a campanha do UB em Alagoas. Se isso acontecer, será um grande problema”, resume.