Política
Ataques a Collor escancaram “crise” na campanha de Rodrigo Cunha
Apesar do apoio público de Lira a Cunha, na avaliação do analista, o presidente da Câmara dos Deputados sinaliza disposição para liberar as bases para apoiar Collor
De fake news, a ataques diretos nas redes sociais. Na última semana, a campanha majoritária foi marcada em Alagoas por uma nova estratégia. O grupo do candidato do União Brasil ao governo, senador Rodrigo Cunha – e ele próprio – passaram a mirar o candidato do PTB ao governo, senador Fernando Collor.
Faltando pouco mais de 30 dias para as eleições, Paulo Dantas e Collor seguem liderando as pesquisas com folga na comparação com o terceiro colocado, Rodrigo Cunha.
O grupo do candidato do UB até então estava direcionando sua artilharia para o governador Paulo Dantas. O redirecionamento dos ataques – com todo tipo de “armas”, inclusive as ilícitas – para Collor revela, segundo um influente analista, o agravamento da crise interna no UB.
“Fernando Collor se consolidou como nome de Jair Bolsonaro em Alagoas, atraindo para seu palanque muitos apoios, incluindo prefeitos, da base de Arthur Lira. Até mesmo candidatos do PP, a exemplo de Fábio Costa e João Catunda, foram para o palanque do candidato do PTB. Isso provocou uma grande crise de identidade na campanha de Rodrigo Cunha”, pondera.
Apesar do apoio público de Lira a Cunha, na avaliação do analista, o presidente da Câmara dos Deputados sinaliza disposição para liberar as bases para apoiar Collor.
“Existe uma confusão na cabeça do eleitor. Quem montou o palanque de Bolsonaro em Alagoas foi o Collor e Arthur Lira é um forte aliado do presidente, enquanto o Cunha é rejeitado pelos bolsonaristas. Em meio a esse cenário, Collor e Lira estarão juntos inevitavelmente no segundo turno, mas a tendência é aproximação já no primeiro turno. Isso parece ter motivado os ataques do terceiro contra o segundo colocado. Seria uma tentativa de, a partir da radicalização, evitar ou postergar a aproximação que deverá ocorrer”, aponta.