Tá na boca do eleitor. E no cadastro que vem sendo feito sem muito segredo por cabos eleitorais em Maceió, especialmente nos bairros da periferia ou áreas mais pobres da cidade. O voto para estadual tem sido “negociado” em média a R$ 150 em Maceió. Se for na base da “casadinha”, sai por R$ 300.

“Deixei meu título com a mulher. No dia 27 ela vai me dar R$ 150. Se for pra votar casadinha vai pra R$ 300”, me confidenciou uma eleitora da parte baixa de Maceió casualmente em local de trabalho.

“A mulher pegou meu título e perguntou se tinha mais gente na minha família para fazer o cadastro”, revela a eleitora.

E ela jura, de pés juntos, que vai pegar o dinheiro, mas não sabe se vai votar. “O dinheiro eu pego, mas não sei se dou o voto. Quero uma pessoa que me ajude com uma cirurgia, se achar voto nele”, avisa. Fora disso, seu voto será “livre” para presidente, governador e senador. Em quem ela vai votar? O voto é “secreto”.

No interior, o cadastro corre solto. Mas o valor do voto varia de cidade para cidade. Quanto menor o município, maior o “bônus” para o eleitor. Alguns chegam a negociar o “gesto” por mais de R$ 500. Não é difícil encontrar eleitores “vendendo” votos. A pergunta é se querem encontrar? Mas essa é outra história.