Política
“Interferência na PF”: afastamento de governador pode virar novo “tiro no pé”
O afastamento, que tem implicações constitucionais na República, faltando 19 dias para a eleição, foi encarado por vários setores da mídia nacional como “interferência” na Polícia Federal
Paulo Dantas foi afastado do governo de Alagoas por 180 dias num ato monocrático da ministra do STJ Laurita Vaz. Deve ser porque ela imagina que o governador será reeleito no próximo dia 30 de outubro, até porque o atual mandato vai até 31 e dezembro, daqui a 80 dias.
O afastamento, que tem implicações constitucionais na República, faltando 19 dias para a eleição, foi encarado por vários setores da mídia nacional como “interferência” na Polícia Federal. Seria mais uma tentativa de interferir na eleição.
A primeira ação patrocinada pelo mesmo grupo, liderado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), foi a judicialização da eleição indireta de governador de Alagoas, em maio deste ano.
A judicialização foi um tiro no pé – literalmente, assim como foi a tentativa de envolver o ex-deputado Luiz Dantas no processo eleitoral ou do “flagrante da PF” contra o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Marcelo Victor.
A operação desproporcional da PF e o afastamento do governador por uma ministra acusada pelo senador Renan Calheiros (MDB) de ser “bolsonarista” surgem como última cartada para tentar reverter as eleições em Alagoas, mas podem virar um novo tiro no pé.
Em política, as vezes é preciso saber aceitar a vontade do eleitor.