Política

Ministro da CGU admite que Portal da Transparência não tem dados do orçamento secreto

Wagner Rosário realizou afirmação após ser questionado sobre um vídeo em que ele publicou ensinando como internautas poderiam acompanhar a liberação de recursos da União através das emendas de relator

Por Redação 20/10/2022 14h02 - Atualizado em 20/10/2022 15h03
Ministro da CGU admite que Portal da Transparência não tem dados do orçamento secreto
A afirmação feita por Rosário ocorreu após ser questionado sobre um vídeo em que ele publicou. - Foto: Reprodução/Internet

Em afirmação realizada através das redes sociais, o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, admitiu que o Portal da Transparência do governo federal não tem as informações sobre os autores de pedidos de emendas parlamentares do orçamento secreto.

Tal feito aconteceu após um questionamento no Twitter, sobre um vídeo em que ele publicou ensinando como internautas poderiam acompanhar a liberação de recursos da União através das emendas de relator.

"As emendas de relator, apelidadas de orçamento secreto, são alterações realizadas pelo relator do orçamento na proposta orçamentária encaminhada pelo Governo Federal", informou o ministro.

Pouco tempo depois, um usuário identificado como Alessandro Pignata respondeu o post de Rosário. "Ministro, e quem pediu a emenda ao relator? Tem esse dado no Portal da Transparência?", perguntou. 

Em resposta, o chefe da CGU informou, "Infelizmente não, Alessandro. Quem tem essa informação é o relator. Quando tivermos, colocaremos no Portal. O congresso já começou a colocar no site alguns beneficiários. Você pode checar. Não sei se está completo." 

Junto a essa reposta, Rosário colocou o link para uma página do site da Câmara que lista as indicações orçamentárias das emendas de relator em 2022. 

Ao contrário do que diz, o governo Jair Bolsonaro (PL) possui as informações sobre os autores dessas emendas. Isso porque, quando as verbas do orçamento secreto começaram a ser distribuídas, ainda em 2020, o controle dos pedidos era feito pela Secretaria de Governo (Segov).

À época, a secretaria era comandada pelo general Luiz Eduardo Ramos, que hoje é ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República.

Desde o início da distribuição das verbas liberadas através das emendas de relator, os pagamentos somam pouco mais de R$ 20,4 bilhões, de acordo com as informações disponíveis no Portal da Transparência.

*Com informações do Uol