Política
Alagoanos são prejudicados após corte do governo federal no abastecimento de água no Sertão
Segundo informações da UOL, Alagoas foi o primeiro estado a ter o abastecimento suspenso, logo no início deste mês
A operação Carro-Pipa, do governo federal, que leva água potável às famílias no semiárido nordestino há mais de 20 anos, teve os recursos cortados neste mês, levando os caminhões a pararem o fornecimento do produto a moradores do interior no Nordeste.
Segundo informações da UOL, Alagoas foi o primeiro estado a ter o abastecimento suspenso, logo no início do mês. Já em Pernambuco, Paraíba e Bahia, a paralisação foi informada apenas na quinzena final de novembro, assim como vem ocorrendo nos demais estados, com os caminhões deixando de prestar o serviço à população.
A operação Carro-Pipa é financiada com recursos do Exército Brasileiro em parceria com o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional). Ambos confirmaram à coluna que a suspensão ocorreu por falta de verbas para continuidade (veja mais abaixo). O MDR diz que alertou o Ministério da Economia sobre a falta de recursos, sem retorno.
Alagoanos afetados
Ao menos 148 mil alagoanos deverão ser afetados pela falta de água potável. Girau do Ponciano conta com 12.383 dependentes, sendo o município do sertão alagoano que mais depende necessita do abastecimento por meio de carro-pipa.
Pela regra, cada família tem direito a 20 litros de água por dia a cada integrante assistido. Ou seja, se a casa tem cinco moradores, são 100 litros diários. A suspensão da Operação Carro-Pipa afeta 23 municípios de Alagoas, segundo a entidade.
Em Poço das Trincheiras, sertão alagoano, 6.800 famílias dependem desse abastecimento e também estão sem água neste mês. O casal Adinézio Teotônio Soares, 70, e Marlene Luiz Soares, 68, mora no povoado Quandu e tem apelado para água não apropriada para o consumo.
"Estamos sem nada e pegando de uma cisterna da minha vizinha. A gente comprou água de uma barragem que tem aqui, mas não é muito boa. Coloquei pedras de cloro para limpar e consumir", explica Adinézio.
Fala dos responsáveis
O Exército informou ontem que a corporação "é responsável apenas pelas ações que envolvem a execução da operação, a partir do repasse de recursos do Ministério do Desenvolvimento Regional ao Ministério da Defesa".
"Os recursos disponibilizados pelo MDR até o momento permitiram a execução da operação na sua plenitude até o dia 16 de novembro. O Exército Brasileiro aguarda nova descentralização de recursos para que seja retomada a distribuição rotineira de água", diz.
Já o MDR explicou o fluxo de outra forma. Disse que a renumeração dos pipeiros é feita pelo Exército e que a pasta "apenas faz o repasse dos recursos".
*Com informações do UOL