Política

Renata Calheiros tinha o que era preciso para virar conselheira do TCE

Para ocupar uma cadeira no TCU é preciso ter, no mínimo, boa relação no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto, por aqui não é diferente

Por Blog do Edivaldo Júnior 16/12/2022 09h09
Renata Calheiros tinha o que era preciso para virar conselheira do TCE
Renata Calheiros - Foto: Reprodução

A tradição é longa. Não só aqui. Em todos os tribunais de contas do país o preenchimento das cobiçadas vagas de conselheiro é feito a partir de critérios políticos e técnicos – nesta ordem.

Para ocupar uma cadeira no TCU é preciso ter, no mínimo, boa relação no Congresso Nacional e no Palácio do Planalto. Por aqui não é diferente.

Nos últimos anos os escolhidos para o Tribunal de Contas do Estado tinham relação de proximidade com o Poder Legislativo ou Executivo. Ai cabem conselheiros da atual composição da Casa, a exemplo de Otávio Lessa (irmão do ex-governador Ronaldo Lessa), Fernando Toledo (ex-deputado estadual), Maria Cleide (ex-mulher de deputado estadual) e Rosa Albuquerque (irmã de deputado estadual).

A vaga preenchida a partir da eleição de Renata Calheiros (mulher do ex-governador Renan Filho) foi aberta com a aposentadoria do ex-deputado estadual Cícero Amélio.

Para ser conselheiro, no entanto, não basta apenas influência política. Os critérios vão além. Dois dos atuais conselheiros – Rodrigo Siqueira e Anselmo Brito – preenchem vagas técnicas, “cativas”, que só podem ser preenchida por servidores do próprio tribunal.

As outras vagas são de indicação da Assembleia Legislativa de Alagoas ou o Governo do Estado.

Renata foi eleita porque tinha tudo que era preciso para ocupar a vaga. Além de um currículo técnico, influência política.

O momento, anote, foi outro ponto a favor da nova conselheira. Se a escolha fosse alguns meses antes ou depois, dificilmente ela conseguiria ocupar a vaga. Estar no lugar certo, na hora certa também conta.