Política
Aliados, Paulo Dantas e Lula terão cenários diferentes para governar, aponta cientista política
Em âmbito federal e estadual, os novos governos terão diferentes cenários, segundo Luciana Santana, mestre em ciência política e professora da Ufal
Com a expectativas de início dos novos governos em âmbito federal e estadual, diferentes cenários se apresentam para os futuros gestores do executivo. Lula terá pela frente um trabalho de reconstrução e de diálogo com os demais poderes. Em Alagoas, Paulo Dantas luta para continuar avançando e imprimir marca própria a frente de um estado com inúmeros desafios.
Para entender as dificuldades, desafios e expectativas do futuro governo, o Jornal de Alagoas conversou a cientista política Luciana Santana, professora na Universidade Federal de Alagoas e do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da UF do Piauí (PPGCP), mestra e doutora em Ciência Política pela UFMG.
Paulo Dantas
Ainda que aliados, a situação do governador eleito é diferente de Lula, sendo analisada como um cenário favorável. O Paulo Dantas, eleito para o primeiro mandato a partir de votos de deputados da Assembleia Legislativa de Alagoas , agora, foi votado diretamente e ganhou o respaldo das urnas para o segundo governo. De acordo com a socióloga, Paulo tem apoio político de seus padrinhos políticos e também do poder legislativo, que foram cruciais para a eleição dele e isso fortalece e facilita a implantação de políticas de estado.
Luciana avalia ainda a importância de Paulo realizar sua dissociação dos seus padrinhos políticos, principalmente de Renan Filho. ''Se vai se diferenciar de Renan Filho, só saberemos vendo seu governo. Mas provavelmente ele vai querer ter uma marca própria, pensando na sua ambição política futura, para ele alcançar outros voos futuramente'', prevê a socióloga.
Lula
Segundo Luciana, o ex-presidente enfrentará dificuldades nesta nova jornada, cenário diferente do que passou em 2002, em seu primeiro mandato. ''Para ser eleito agora ele teve que ter uma frente ampla muito maior. Ele teve que buscar apoio daqueles que não eram aliados a ele. Parlamentares que votaram e não fizeram campanha mas que hoje ''apoiarão'' para conseguir sua parte e garantir governabilidade.'', pontua a socióloga.
Vir de uma eleição apertada é algo que reflete também a dificuldade que o presidente eleito deverá passar, além de trabalhar com os resquícios do governo de Jair Bolsonaro, que segundo ela, foi refém do legislativo. Luciana aponta que o atual presidente não teve o papel de governante, de ser protagonista e tomar decisões importantes para o país.
*Estagiária sob supervisão