Política

Paulo Dantas diz que Arthur Lira terá menos poder no governo de Lula; entenda

Para o governador de Alagoas, o perfil do presidente eleito permite um maior diálogo com o Legislativo

Por Redação 26/12/2022 16h04 - Atualizado em 26/12/2022 18h06
Paulo Dantas diz que Arthur Lira terá menos poder no governo de Lula; entenda
Paulo Dantas e Arthur Lira - Foto: Fotomontagem

Forte aliado da família Calheiros em Alagoas, Paulo Dantas (MDB),  governador reeleito, disse, em entrevista ao jornal Estadão, que o presidente da Câmara e deputado federal Arthur Lira (PP) terá menos poder durante o governo do presidente eleito, Lula (PT). Dantas também diz acreditar que a capacidade de diálogo de Lula deve ajudar a reduzir a influência de Lira.   

Ao ser perguntando se Lira terá o apoio do PT para se reeleger na presidência da Câmara e a sua leitura sobre esse acordo e, como ele impacta o grupo político dele, Dantas respondeu: "O Brasil vive um momento de tensão, e o presidente Lula está tendo cautela. Arthur Lira já saiu para essa disputa para a presidência da Câmara com uma larga vantagem. O presidente Lula precisa de meio ambiente no Congresso Nacional para aprovar as medidas que viabilizam seu governo. Foi sensato esse entendimento, que garantiu a aprovação da PEC do Bolsa Família". 

Ainda sobre o poder de Lira nos próximos anos, Dantas destaca que o presidente Bolsonaro tinha vários pedidos de impeachment e, ao contrário de Lula, muita dificuldade de diálogo com o Congresso Nacional. "Lula é acessível, bem articulado, com a política e tem bons projetos. O presidente eleito conhece as demandas regionais. Lula tem sua bancada. Bolsonaro tinha uma bancada muito pequena. Quem concentrou todo o poder foi Arthur Lira, que terá bem menos poder agora", concluiu.

Dantas também foi questionado se Lula pode confiar em Arthur Lira depois do "trauma" que foi Eduardo Cunha para Dilma Rousseff e o PT. O governador finaliza afirmando que não conversou com o presidente Lula depois da eleição, "mas eles fizeram uma leitura de que seria muito difícil ganhar a presidência da Câmara e do Senado. O presidente preferiu não ter esse embate".