O MDB de Alagoas teve, na definição de vários analistas, a maior vitória proporcionalmente do Brasil nas eleições deste ano.

O governador reeleito de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), costura comentar, em tom descontraído, que o partido fez “cabelo, barba e bigode”,

De fato, o MDB teve desempenho muito acima da média nacional no Estado. Fez o governador, o senador, dois deputados federais e, fato inédito, foi o único partido a conseguir eleger metade de todas as cadeiras da Assembleia Legislativa. Na verdade, um pouco mais da metade. Dos 27 deputados estaduais, 14 foram eleitos pelo MDB.

O fato é inédito no país – e não só nesta eleição. Desde a abertura democrática, com a implantação do pluripartidarismo nos anos 1980, foi a primeira vez que um partido conseguiu eleger mais da metade de uma Assembleia Legislativa em todo o país.

O desempenho do MDB seria bom, mas nem de longe o partido teria conseguido eleger uma bancada tão expressiva para a Assembleia Legislativa, no fosse por um erro de cálculo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

Ao “tirar” o União Brasil das “mãos” do presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Lira jogou Marcelo Victor e mais 13 deputados no colo do MDB.

E, um detalhe que certamente Arthur e seus aliados devem lamentar muito. A partir da “puxada de tapete” no UB, o grupo de MV fechou questão com a candidatura ao Senado do ex-governador Renan Filho.

A manobra em torno do comando do UB – mas não só essa – foi portanto decisiva não só para manter e reeleger o governador Paulo Dantas pelo MDB (ele iria para o UB, se o partido tivesse ficado com MV), para eleger Renan Filho senador e garantir ao partido uma bancada maior, muito maior, do que o esperado na Assembleia Legislativa. Sem o grupo de Marcelo Victor, o MDB faria de três a quatro deputados estaduais.

“O Arthur deu ao MDB e ao senador Renan uma vitória expressiva. E agora, esse grupo vai seguir junto para a próxima eleição” aponta um influente interlocutor do grupo majoritário da Assembleia Legislativa.

O grupo formado no MDB hoje, com Paulo, os Renans, Marcelo Victor e companhia tem compromisso – e vai honrar – de manter junto nas próximas eleições, de 24 e 26. Mas essa é outra história.

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“E para completar, o presidente Lula foi eleito, o que revela mais um erro do Arthur Lira”, cutuca o interlocutor.