Política
O legado de George Santoro: AL no topo de ranking de investimentos do Brasil
Na despedida, Santoro apresentou números para lembrar como ele e o ex-governador Renan Filho encontraram as finanças do Estado de Alagoas em janeiro de 2015
Melhor traduzir George Palermo Santoro em números do que palavras. Hoje ele deixa para trás, depois de 8 anos e dois meses como secretário da Fazenda de Alagoas, um legado que é melhor apresentado numa planilha do que num texto corrido.
Antes de prosseguir com a “aritmética”, um registro importante, para traduzir o “peso” do agora ex-secretário: a saída do cargo foi anunciada numa coletiva, com presença do governador Paulo Dantas, ministro dos Transportes Renan Filho e praticamente metade do secretariado.
Na despedida, Santoro apresentou números para lembrar como ele e o ex-governador Renan Filho encontraram as finanças do Estado de Alagoas em janeiro de 2015.
“A organização financeira do Estado era muito ruim. Não havia realidade contábil. Éramos o quinto mais endividado do País e o mais pobre, com todos os indicadores sociais negativos, e agora somos referência nacional em capacidade de investimentos com recursos próprios”, disse Santoro.
Em números, George conseguiu reduzir a dívida do Estado de 167% para 54,9% da Receita Corrente Líquida – isso depois de ter assumido o Estado com um “rombo” de R$ 800 de restos a pagar e outras dívidas em 2015.
A reorganização das finanças se deu por um lado pelo corte de gastos e do outro o aumento de receita. Na era Santoro, a arrecadação própria e direta de tributos do Estado (ICMS, IPVA, ITCD) cresceu de R$ 3,36 bilhões em 2014 para R$ 6,57 bilhões em 2022, um salto de mais de 95%, o dobro da inflação no período.
George também foi responsável por conseguir recursos de empréstimos, reorganização do sistema previdenciário e muito hábil em “sacadas” para conseguir receitas extras, a exemplo da concessão dos serviços de saneamento.
O “aperto” nos primeiros anos da gestão Renan Filho permitiram a Alagoas formar uma poupança que transformou o Estado no líder em investimentos públicos no país.
Uma planilha apresentada no Twitter pelo ministro Renan Filho mostra que na soma do período entre 2015 e 2022, Alagoas foi o Estado que mais investiu (proporcionalmente) no Brasil: R$ 10,7 bilhões ou 14,62% da RCL (R$ 73,6 bilhões). Essa capacidade foi ampliada sobremaneira nos últimos dois anos. Somente entre 2021 e 2022 os investimentos chegaram a R$ 6 bilhões.
A boa notícia é que George Santoro deixa em seu lugar uma substituta a altura. Renata Santos assume avisando que vai manter pagamentos de salários em dia e projeta investimentos acima de R$ 2 bilhões para este ano, o que deve manter Alagoas no “topo” do ranking. E se o que ela e Paulo Dantas estão planejando der certo, o Estado vai manter a posição até 2026. Mas essa é outra história.