Vereadores de Maceió que compõem a base política do governo do Estado rebateram, durante a sessão ordinária desta terça-feira (21), as acusações de que teriam sido procurados pela BRK Ambiental e pelo próprio governo de Alagoas para retirarem a assinatura do documento que solicitava a instauração da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que vai investigar a qualidade dos serviços prestados pela empresa de saneamento na capital alagoana. 

A CEI foi instaurada na última sexta-feira (16), porém, em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (20), um grupo formado pelos vereadores João Catunda (PP), Eduardo Canuto (PV) e Francisco Sales (União), voltou a afirmar que a BRK procurou alguns parlamentares através de terceiros com o objetivo de não contribuir com a formação da comissão. Eles não deram detalhes de como esse contato foi feito e nem de quem teria sido procurado pela empresa. 

O vereador Joãozinho (PSD) iniciou seu pronunciamento, na sessão de hoje, afirmando não ter recebido nenhuma ligação por parte de nenhum integrante do governo do estado de Alagoas, da prefeitura de Maceió e tampouco por parte de integrantes, ou terceiros, que tenham ligação com a empresa BRK. 

"O que eu tenho a dizer vereador João Catunda, vossa excelência é o presidente [da comissão] é que eu desejo muita sorte para a comissão que foi formada, eu particularmente não sou membro e nem suplente da comissão, mas sou vereador desta casa e tenho direito de participar. Só espero que esta comissão venha fazer um trabalho e possa trazer resultados que toda a sociedade tanto espera", disse, em plenário, Joãozinho. 

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Ele concedeu um aparte a outros colegas que também reiteraram o fato de não terem sido procurados por membros do executivo estadual, municipal, ou pela BRK. "Faço minhas as suas palavras", declarou Chico Filho, do MDB, partido do governador do estado, Paulo Dantas. 

O vereador José Márcio Filho, o Zé Márcio (PSD), corroborou às palavras ditas por Joãozinho. Ele negou que teve algum contato com nenhum dos citados. "Não recebi nenhum Whatsapp pedindo assinatura da CEI, e aí quando vem uma situação de uma CEI idealizada quarta-feira, criada quarta-feira, mas que houve uma pressão do governo ou da empresa para que a gente não assinasse, quando nós não estávamos nem cientes, é preciso que quem sofreu [pressão] esclareça de quem foi e quem pressionou venha esclarecer o porque pressionou e o que quer esconder", afirmou. 

O parlamentar Luciano Marinho, do MDB, cobrou a "quem quer que seja que tenha feito isso, que aja com responsabilidade e maturidade, porque isso é uma atitude infantil de quem não tem o que fazer e irresponsável". Marinho referia-se à acusação sobre a suposta tentativa de pressão aos parlamentares para impedir a criação da CEI. Ele chegou a citar os colegas de Câmara e perguntar se houve, de fato, algum tipo de pressão. 

O também emedebista Brivaldo Marques voltou cobrar que quem passou esse fato, segundo ele, inverídico, à imprensa, venha a plenário falar de como se deu esse suposto contato. "Nós vereadores do MDB não recebemos nenhum tipo de ligação". 

Para Olívia Tenório (MDB), a atitude de acusar sem trazer os nomes enfraquece o parlamento. "Quando a gente levanta essa notícia e ainda fala em um partido em específico, mesmo que seja sem a intenção, a gente tá acusando sim, tá apontando o dedo, tá levantando o falso. Então acho necessário deixar explícito aqui que isso não aconteceu e se realmente tiver acontecido que tragam os nomes, os fatos, mas deixar que fique subentendido, que fique pela imaginação dos outros, isso enfraquece o parlamento, atrapalha os trabalhos, então quero deixar muito claro que não é assim que eu trabalho. Não aconteceu em nenhum momentos de procurarem membros do MDB para a gente atrapalhar um trabalho que é essencial". 

Resposta de Catunda

Presidente da CEI, João Catunda (PP), afirmou que em nenhum momento acusou membros do MDB. "A gente firma e frisa sempre a unidade desta casa, quando se trata de assuntos voltados da Comissão de Inquérito da BRK. Em momento algum deixamos a entender que os vereadores não iriam participar da CEI".