Após o anúncio, na última semana, do Governo Federal, de retomada do Programa Mais Médicos, o Jornal de Alagoas conversou com Alexandre Ayres, ex-secretário de saúde de Alagoas e com o atual gestor do cargo, o médico Gustavo Pontes de Miranda, para falar sobre o assunto e sobre as necessidades de Alagoas com relação ao programa que teve ampliação em comparação a última gestão federal e promete atender mais de 96 milhões de brasileiros ao contar com mais 15 mil novos médicos em 2023. 

Atual deputado estadual pelo MDB, Ayres diz que existe uma carência, principalmente no Sertão de Alagoas, de profissionais da medicina, que deverá ser suprida a partir da retomada do programa, bem como em todo o Norte e Nordeste do país. "Há uma grande expectativa para essas regiões". 

O ex-secretário explicou que durante sua gestão à frente da Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), o programa teve sua concepção modificada pelo Governo Federal, que mudou o Mais Médicos para Médicos Pelo Brasil e deu outras alterações na contratação desses profissionais.

"Convivemos também com o período da pandemia, então toda a força de trabalho médica, em sua maioria com a ressalva para os especialistas, mas em sua maioria os médicos, que participavam do Mais Médicos foram deslocados para o enfrentamento à pandemia".

A área de atendimento infantil, pediátrica, segundo Ayres, é uma das principais carências existentes e que poderão ser supridas com a ampliação do programa. "Nós temos uma dificuldade muito grande nesse tipo de especialista, e eu considero como uma das áreas mais importantes, pois cuidam das crianças na primeira infância, desde o seu nascituro, e do seu nascimento, e isso acarreta sem dúvida nenhuma, um grande benefício para o desenvolvimento desses pequenos e das famílias alagoanas”.

O médico e atual secretário de saúde, Gustavo Pontes de Miranda também vê com bons olhos a retomada do Mais Médicos. Para ele, o programa foi um divisor de águas no Sistema Único de Saúde (SUS), ao possibilitar a fixação dos médicos nos mais distantes municípios do Sertão alagoano . “Antes tínhamos dificuldade de contar com os estes profissionais atuando no Programa Saúde da Família (PSF) durante toda a semana”, explica.

Bem como seu antecessor, Gustavo acredita que a Atenção Básica será um dos pontos principais do Mais Médicos.

"Agora, com a retomada do programa, por meio governo federal, capitaneado pelo presidente Lula (PT), eu, enquanto gestor da Sesau e o governador Paulo Dantas (MDB), estamos esperançosos que a Atenção Básica irá avançar ainda mais, contribuindo para controlar doenças como diabetes e pressão alta, por exemplo, que podem levar a sérios problemas de saúde, como o pré-diabético", destacou Pontes.

Ele argumenta que há uma grande redução na internação de pacientes na rede hospitalar do estado, quando há acompanhamento dos mesmos em seus municípios de residências, através de uma estratégia de saúde da família.