Política
Movimentos criticam JHC em audiência que debateu aumento na tarifa de ônibus em Maceió
Comitê pela Redução da Passagem de Ônibus de Maceió criticou falta de transparência do gestor municipal
Com apoio da vereadora por Maceió, Teca Nelma (PSD), o Comitê pela Redução da Passagem de Ônibus de Maceió, composto por movimentos e entidades estudantis, movimentos sociais, sindicatos e partidos, participaram nesta terça-feira (27), de uma audiência pública na Câmara Municipal de Maceió, no bairro do Jaraguá. Com o objetivo de discutir e chamar a atenção da sociedade maceioense para o aumento da passagem, além de debater questões relacionadas à mobilidade urbana na capital alagoana.
O valor da passagem de ônibus em Maceió aumentou há quase um mês para R$ 4,00. De acordo a Prefeitura de Maceió o aumento foi resultado da necessidade de manutenção do equilíbrio econômico e financeiro do sistema de transporte público coletivo do Município de Maceió.
O objetivo da reunião, fruto de demanda do movimento estudantil e social, foi chamar a atenção da sociedade alagoana sobre o recente aumento da passagem de ônibus na cidade e debater problemas relacionados à mobilidade urbana na capital, como a superlotação dos veículos, redução da malha de ônibus, como no bairro do Pontal da Barra, e discutir também sobre a falta de acessibilidade, além da redução da entrada dos veículos na UFAL.
“Em nenhum momento, a prefeitura apresentou à Câmara dos Vereadores nem ao Conselho Municipal de Mobilidade quaisquer motivos para haver aumento da tarifa”, afirmou ao Jornal de Alagoas, o estudante de história na Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e um dos integrantes do comitê, Paulo Araújo.
O aumento da tarifa de R$3,35 para R$4,00 do transporte público em Maceió foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM) em 30 de maio deste ano. Segundo o Município, o valor está abaixo da inflação acumulada nos últimos dois anos.
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Outro ponto levantado pelos estudantes foi com relação à limitação do Passe Livre Estudantil. O benefício, implantado em setembro de 2021, garante 44 passagens gratuitas por mês a estudantes da cidade e alunos que moram na capital e estudam na Região Metropolitana.
“Há mais de 10 anos, o movimento estudantil vem lutando pelo Passe Livre Estudantil, não na forma com a qual a prefeitura colocou de apenas 44 passagens por mês. O Passe Livre tem que ser livre de verdade. O estudante não é cidadão? Ele não pode usar o passe livre no domingo. O domingo é só para quem tem o Cartão Cidadão e não para quem tem o Cartão Escolar”, destacou um integrante do comitê na Câmara. O depoimento foi publicado nas redes da vereadora Teca Nelma.
Ao Jornal de Alagoas, Teca preferiu destacar a relevância da participação dos estudantes na discussão da tarifa. “Historicamente, o movimento estudantil carrega a pauta da mobilidade e eu considero muito positivo contar com essas representações na luta pela redução da passagem e por um transporte de qualidade”, disse.
“É sempre importante que a prefeitura esteja representada nos espaços de audiência pública para ouvir as demandas que brotam do povo. Avalio de forma positiva a participação do representante da SEGOV, mas lamento muito a ausência e falta de retorno da DMTT e dos outros órgãos que foram também convidados para participar do debate”, completou.
Segundo a parlamentar, todos os presentes questionaram a legalidade do atual aumento [referindo-se ao aumento do valor da passagem], "visto que não houve consulta nem à Casa Legislativa e nem ao Conselho Municipal de Mobilidade", afirmou Teca.
Fizeram parte da mesa da Audiência, o presidente da Comissão de Mobilidade Urbana da OAB/AL, Jandylson Vasconcelos; o assessor executivo de políticas sociais da Secretaria Municipal de Governo e Subprefeituras, Sérgio Miranda; o Servidor Público Estadual e estudante de Direito, Caio Lima; e a representante do Comitê pela Redução da Passagem, Júlia Magalhães.
Também foram convidados representantes do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), VAMU, Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Maceió (SINTURB), Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Estado de Alagoas (SINTTRO-AL) e a Procuradoria Geral do Município de Maceió.
Prefeitura não se posicionou
Segundo Paulo Araújo, não houve posicionamento da prefeitura de Maceió durante a audiência. A gestão foi representada pelo assessor executivo de políticas sociais da Secretaria Municipal de Governo e Subprefeituras, Sérgio Miranda. "A pessoa que estava lá não sabia do que se tratava essa audiência. Foi mandada como um 'bode expiatório' para apenas ouvir. Não sabia o que falar a respeito da pauta. Apena disse que a prefeitura está disposta um diálogo, mas não colocou em linhas gerais quais diálogos seriam", revelou.
Além disso, o estudante afirmou que a própria vereadora Teca Nelma enviou um convite à gestão municipal tratando da audiência com duas semanas de antecedência, e divulgou a reunião nas rede sociais.