Política
"A prefeitura de Maceió age com pouca transparência”, diz presidente de ex-partido de JHC
Ronaldo Targino diz que legislação do PSB não permite atuação independente: “O mandato é do partido, e seus membros precisam estar alinhados com isso”
Durante entrevista ao Canhão Podcast nesta segunda-feira (10), o presidente do PSB de Maceió, Ronaldo Targino, ressaltou as estratégias do partido para concorrer à próxima eleição municipal na capital e fez críticas à gestão do prefeito JHC: “A prefeitura de Maceió age com pouca transparência”.
Segundo Targino, o seu compromisso de assumir o comando do PSB da capital é para atrair pessoas com inovação política e resgatar a identidade do partido, de centro-esquerda. Ele também conta que, mesmo com alianças e alguns parlamentares defendendo uma chapa única, seu partido segue independente e com possibilidades de lançar candidato próprio na disputa pela prefeitura de Maceió.
“Ainda existe muita divergência no grupo, com gente que acredita que sim e outras que não (sobre o consenso de um nome único para disputa). Na minha visão, acredito que devemos ter mais de um candidato. A população de Maceió precisa ter um leque de opções”, destaca Targino.
Questionado se o partido já tinha alguém engatilhado para o próximo ano, ele cita o nome de Ricardinho Santa Ritta como uma boa opção, e lembra que Maceió precisa de um prefeito que entenda a população e queira trabalhar aplicando as políticas públicas.
O presidente do PSB em Maceió criticou a maneira como JHC saiu para o Partido Liberal (PL). Ele diz que o prefeito tomou essa decisão após ter conhecimento da quantidade de eleitores que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve na eleição. “O PSB está na contramão do que prega o ex-presidente. Então se o prefeito se enxerga apoiando o Bolsonaro, ele estava de fato no local errado. Para ele (JHC), devia ser um incômodo muito grande estar liderando um partido que não acredita”, aponta.
Com a saída dos vereadores Zé Márcio e Kelmann Vieira do Podemos, Targino diz que o PSB está de portas abertas para receber novos parlamentares. Segundo ele, o grupo continua conversando com nomes de peso para assumir o posto de líder do partido na câmara de vereadores de Maceió.
“A gente conversa com todo mundo. Lá na frente vamos ver quais são os vereadores que vão ter condições de mudança de partido. A Gaby Ronalsa é uma com quem a gente conversa bastante, por conta da minha proximidade com o deputado Dudu Ronalsa, meu amigo particular”, expõe.
Ele também criticou alguns vereadores do PSB que firmaram aliança com JHC, mesmo o partido se apresentando como oposição. "A gente já planeja uma reunião ampliada para entender esse pessoal. Eles foram eleitos pelo PSB", destaca. Conforme Targino, os mandatos pertencem ao partido e seus membros precisam estar alinhados com a base ideológica do grupo.
De Frente com Canhão
Durante o quadro mais comentado nos bastidores da política alagoana, Ronaldo Targino mirou o canhão para o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP), e explicou os motivos. “Acho que o Arthur Lira tem se tornado um político de conveniência.
A população precisa de alguém que saiba o que defende. Ele não tem identidade e se aproveitou da campanha do ex-presidente (Bolsonaro) para crescer sua votação”, afirma.
Também entrou na mira do canhão o secretário de Cultura de Maceió, Dr. Cleber Costa (PSB), e o vereador Rodolfo Barros por estarem filiados ao seu partido e manter aliança com o atual prefeito.