Política

Primo de Arthur Lira é acusado de desvio de dinheiro: ''diárias fictícias de viagem''

César Lira, que é superintendente da PF em Alagoas, responde a uma ação do MPF por desvio de dinheiro de diárias de funcionários

Por Redação com Metrópoles 29/07/2023 16h04 - Atualizado em 29/07/2023 16h04
Primo de Arthur Lira é acusado de desvio de dinheiro: ''diárias fictícias de viagem''
César Lira e Arthur Lira - Foto: Reprodução/Internet

César Lira, superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, primo de Arthur Lira (presidente da Câmara dos Deputados), responde a uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF), em que é acusado de desviar diárias “fictícias” de viagem, pagas pelo governo a funcionários terceirizados. A informação é do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.

César foi nomeado por indicação de seu primo, ainda em 2017, no governo Michel Temer. Foi quando começou a ter atritos com uma empresa com a qual a superintendência tinha contrato, a Mega Service.

Segundo relatos colhidos pela Polícia Federal (PF), o superintendente pressionou para demitir oito funcionários da Mega Service e contratar em seu lugar indicados seus. Essas pessoas, ligadas a César, recebiam diárias que depois eram desviadas, conforme aponta a investigação.

O inquérito na PF deu origem também a uma investigação por crime eleitoral, cujo resultado e andamento atual são sigilosos.

De acordo com os depoimentos, os funcionários eram pagos para fazer viagens enquanto, na realidade, estavam em outros lugares.

Um e-mail que consta do inquérito cita um caso em que o servidor Cristiano Dorta, próximo ao superintendente, tinha ordens de serviço para receber diárias para ir a Branquinha e Japaratinga. “Porém, nessas datas, o mesmo postou fotos estando em Boa Viagem (Recife) e Maceió”, diz o documento.

Apenas esse funcionário, Dorta, ganhava em média R$ 2,9 mil extras por mês em diárias do governo federal, pagas pelo Incra. Depoimentos contam que ele postava fotos em lugares diferentes daqueles que constavam das ordens de serviço, consumindo álcool em horário de trabalho.