Política
Deputado de AL “choca” colegas ao revelar um caso grave na Educação do país
A Educação tem graves problemas no Brasil. Da falta de vagas em creches às péssimas condições das instalações físicas de escolas, especialmente em áreas das periferias das grandes cidades ou povoações mais afastadas, a exemplo da zona rural.
Um dos problemas mais graves – senão for o pior – é a falta de água potável em mais de 7 mil de escolas Brasil afora. Em mais de 3 mil, a situação é ainda pior: nem água tem. Como resultado, todos os dias, quase um milhão de estudantes de escolas públicas no país são obrigadas a matar a sede com água não tratada.
Sem o acesso à água potável a busca por outras fontes alternativas, muitas vezes contaminadas, pode causar inúmeras doenças, como cólera, febre tifoide e outros problemas graves de saúde.
O deputado federal Rafael Brito (MDB-AL), vice-presidente da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados, “chocou”, literalmente seus colegas ao apresentar os dados sobre a falta de água potável e os riscos que elas oferecem para os alunos da rede pública de ensino.
Em todo país, dados de 2022:
– 6.881 escolas não têm acesso a esgotamento sanitário
– 3.211 não contam abastecimento de água
– 7.149 continuam sem água potável
Em Alagoas, dados do Censo Escolar de 2020:
– 129 escolas não tem água potável,
– 33 não tem fornecimento de água,
– 69 não tem esgoto
– 04 não tem banheiro.
Para Rafael Brito, essa situação pode levar desde o abandono escolar até infecções adquiridas pela água, que causam diarreia e vômito.
Os dados apresentados em reunião da comissão, nessa quarta-feira (02/8), serviram para reforçar requerimento apresentado pelo deputado para realização de audiência pública com o objetivo de debater sobre a oferta de água potável nas escolas.
Durante a reunião, alguns deputados, apesar de atuarem na Educação a exemplo de Rafael Brito, ficaram surpresos. Alguns até “chocados” com os dados. Um deles chegou a dizer que se fosse presidente nomearia o colega de Alagoas para o Ministério da Educação.
O requerimento para realização da audiência pública foi aprovado pela Comissão de Educação e a data de realização deverá ser divulgada nos próximos dias.
“Esse é u mas debate essencial. Não dá mais para admitir escolas sem água para nossos estudantes”, resume Brito.
Rafael Brito (foto assessoria)
Versão oficial
Veja nota da assessoria
DEPUTADO RAFAEL BRITO CHAMA ATENÇÃO PARA O PROBLEMA DO ACESSO À ÁGUA POTÁVEL NAS ESCOLAS DO BRASIL
Um dos grandes problemas que envolve a educação pública brasileira é o acesso à água potável e à rede de esgoto nas escolas, principalmente nas regiões que têm maior carência em saneamento básico.
Dados de 2022 da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil, mostram que, ao todo, 6.881 escolas não têm acesso a esgotamento sanitário, 3.211 não contam abastecimento de água e 7.149 continuam sem água potável, situação que pode levar desde o abandono escolar até infecções adquiridas pela água, que causam diarreia e vômito.
Vice-presidente da Comissão de Educação na Câmara dos Deputados, Rafael Brito (MDB/AL) apresentou nessa quarta-feira (02) o requerimento 154/2023 para realização de audiência pública para debater sobre e promover a oferta de água potável nas escolas pode afastar os alunos da escola.
Segundo o parlamentar, 931.616 estudantes em todo país não têm acesso à água potável nas escolas que estão estudando e por consequência muito desses, nem acesso à água potável tem nas suas próprias residências.
“As crianças são as que mais sofrem com problemas decorrentes da ingestão de água contaminada, uma vez que são mais vulneráveis devido à imaturidade do seu sistema imune. Temos que olhar com atenção para a qualidade da água ofertada nas nossas escolas públicas. Não podemos deixar que isso seja mais um fator para a evasão escolar. É fundamental que os alunos tenham acesso a tudo que for necessário para que o ambiente escolar seja um ambiente sadio e salubre e que a educação possa cumprir a sua proposta perante a sociedade que é educar com qualidade”, explicou o deputado.
De acordo com Rafael Brito, a ideia da audiência surgiu após conhecer o projeto Sede de Aprender, desenvolvido pelos Núcleos de Defesa da Educação e do Patrimônio Público do Ministério Público de Alagoas, que promove o acesso a saneamento básico e água nas escolas. A iniciativa surgiu com base nos dados do Censo Escolar de 2020 que apontou, em Alagoas, dentre as redes estaduais, municipais e privadas, havia ao menos 129 escolas sem água potável, 33 sem fornecimento de água, 69 sem esgoto e 04 sem banheiro.
Para Lucas Sachsida, promotor de Justiça e coordenador do Núcleo de Defesa da Educação do MP/AL, o debate do tema perante o parlamento nacional, representa a união de esforços para a solução de um problema que, há muito, afeta silenciosamente a dignidade das escolas públicas.
“A pertinência do tema decorre de um momento especial na educação brasileira, o debate do vindouro e próximo Plano Nacional de Educação e também os primeiros passos da nova Lei do Fundeb. A Câmara dos Deputados, através do deputado Rafael Brito, demonstra estar alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n.º 06 da ONU e, mais que isso, que através da escola é possível, também, potencializar os objetivos do marco nacional do saneamento básico. Somente juntos poderemos superar essa, ainda, grave realidade da educação brasileira”, explicou Lucas.
O requerimento 154/2023 para realização da audiência pública foi aprovado pela Comissão de educação e a data de realização deverá ser divulgada nos próximos dias.
Fique por dentro:
Conceito de água potável:
“A água potável é a água apropriada para o consumo humano, que está livre de substâncias tóxicas e patógenos com potencial para causar danos à saúde do nosso organismo. Esse recurso pode ser encontrado em fontes naturais tanto na superfície quanto na subsuperfície e, na maioria das vezes, recebe tratamento antes de ser destinada ao consumidor final.
A distribuição de água potável acontece de maneira desigual pelo mundo, e milhões de pessoas não possuem acesso a esse recurso. No Brasil, 35 milhões de pessoas não dispõem de água tratada e própria para uso. A redução do acesso à água potável leva os indivíduos a buscarem outras fontes alternativas, muitas vezes contaminadas, o que pode causar inúmeras doenças, como cólera, febre tifoide e outros problemas graves de saúde.”
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