Política
"Rainha de copas, quer cortar a cabeça de ministros", diz Calheiros sobre Lira"
O senador alagoano afirmou ver como chantagem de Lira a retirada da votação do arcabouço fiscal até que seja feita uma reforma ministerial
Em entrevista ao UOL, nesta sexta-feira (4), o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou ver o seu atual rival político, o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira (PP-AL), como 'rainha de copas' que quer cortar a cabeça de ministros do governo Lula.
"Quando vejo hoje Lira como 'rainha de copas', quer cortar cabeça dos ministros das Relações Institucionais, Desenvolvimento Social, Saúde, fico me perguntando: 'por que setores do governo participaram dessa empreitada?'", questionou.
Renan apontou como um erro a escolha do governo federal em negociar com o Centrão desde a chamada 'PEC da Transição'. " Os resultados estão aí. Fizeram a opção pela reeleição de Lira, quando nós tínhamos apresentado um quadro da formação de um bloco de deputados que permitiria o governo chegar a uma bancada com mais de 300 deputados".
Calheiros afirmou ainda que considera essa escolha ruim não pelos problemas entre ele e Lira, mas sim pelo que tem acontecido no país. "Tirou da pauta o arcabouço, com o argumento que ele não sairá antes da reforma ministerial. Olha, eu fui presidente da Senado por quatro vezes, convivi com muitos presidentes do câmara e do senado, eu já vi presidentes das casas fazerem exercícios políticos parecidos, eu só nunca vi ninguém falar sobre o que estava fazendo. Isso é uma coisa nova, que não pode impregnar o debate. É uma espécie de chantagem, tem o linguajar totalmente inadequado, não é uma linguagem democrática que se possa levar adiante", concluiu.
Crítica a Aras
A possibilidade de recondução de Augusto Aras na Procuradoria-Geral da República (PGR) foi alvo de crítica do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que apontou a proximidade entre Aras e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como um dos fatores de
Na avaliação do senador, Augusto Aras é inadequado para o cargo. "Ele não reúne hoje nenhuma condição para ser reconduzido".
O senador criticou a postura de Aras em relação à conclusão das investigações da CPI da Covid, da qual Calheiros foi relator. "Fizemos uma investigação profunda, com acompanhamento da sociedade, densa. Indiciamos Bolsonaro em vários crimes, e o Aras, em campanha ao STF, o isentou".Renan Calheiros ainda disse que vai atuar no Senado para, caso o presidente Lula (PT) indique Aras ao cargo novamente, haja dificuldade para a aprovação.
*Com UOL