Além da intriga, das desavenças, um acordo entre o senador Renan Calheiros e deputado federal Arthur Lira não seria apenas improvável hoje. Beira, literalmente, o impossível.

Renan e Arthur são como água e óleo na política de Alagoas. As desavenças são tamanhas que não cabem no próprio Estado. Foi tema por exemplo da entrevista do ministro Renan Filho esta semana no Roda Viva. E certamente é motivo de buchichos os corredores do Congresso Nacional e dor de cabeça no Palácio do Planalto ou nos gabinetes da Esplanada do Ministério.

Não é só. Os dois têm peso, força e capacidade de articulação capaz não só de influenciar votações na Câmara dos Deputados e Senado, mas também de definir alianças para dar sustentação ao governo federal. Fazem isso separados – em lados opostos normalmente – e não ganhariam nada juntos. Nem aqui, nem em Brasília.

A birra política, para complicar ainda mais a relação, descamba quase sempre para o campo pessoal. Esse “clima” entre os dois não torna apenas complexo um acordo entre ambos. Vira empecilho para qualquer entendimento, no curto prazo, para um diálogo entre os Renans com o grupo prefeito JHC ou de Arthur Lira com o grupo de Paulo Dantas.

Renan e Arthur não se misturam, disso já se tem uma base. Mas no momento, eles não cabem na mesma sala.