Política
O governo do Estado quer tirar a Braskem de Maceió, mas não de Alagoas; entenda
É um dilema. Ruim com ela, pior sem ela. O problema que a mineração de sal-gema provocou em Maceió levou o senador Renan Calheiros (MDB) a defender um novo “CPE” para a maior companhia de Alagoas, a Braskem.
“A Braskem é responsável pelo maior crime ambiental no mundo, cinco bairros afundaram, outros estão correndo o mesmo perigo. De maneira, que não é mais possível que a empresa continue operando, como se nada disse tivesse acontecido, no Pontal da Barra”, afirmou o senador durante entrevista à CBN Maceió, no começo desta semana.
Renan Calheiros tem sido um dos principais críticos do comportamento da companhia em relação a reparação dos danos provocas pela empresa às vítimas e a entes públicos. Nessa quinta-feira (14/9), o senador protocolou um pedido de instalação de CPI no Senado, para investigar o “acidente geológico”, que ele prefere chamar de crime ambiental, e as ações que a empresa está fazendo ou deixando de fazer, para indenizar os antigos moradores dos bairros de Maceió atingidos pelo “acidente” e o Estado.
Em função disso, o posicionamento doo senador, sobre a mudança de “endereço” da fábrica de cloro e soda da Braskem, em Maceió, foi interpretada como um “convite” para a companhia deixar o Estado. Nesse caso, a Braskem levaria juntos os empregos e impostos que gera no Estado, além de prejudicar diversas empresas que atuam na su cadeia de insumos – caso do Gás Natural, por exemplo.
O governador Paulo Dantas, no entanto, confidenciou durante conversa com vários interlocutores essa semana, que está trabalhando – junto com o senador Renan Calheiros – para encontrar uma nova área para a fábrica de Cloro e soda da Braskem, mas em Alagoas.
Ele não deu mais detalhes, nem mesmo se pretende manter a companhia em alguma cidade da região metropolitana, mas disse aos interlocutores, que apesar das dificuldades que existem de “diálogo” com a companhia, o governo trabalha para que ela continue no Estado.
A realocação, agora que a companhia deixou de operar com sal-gema e passou usar sal trazido de outros Estados ou países, poderia ser feita para qualquer área próxima do litoral, em função da logística.