Política

Público ou privado? Direção de hospital comprado por JHC barra vereadores e diz não ter chave do prédio

Vereadores tiveram que ir a Central de Flagrantes para solicitar presença da polícia e acompanhar fiscalização do prédio

Por Ruan Teixeira 20/10/2023 16h04 - Atualizado em 20/10/2023 18h06
Público ou privado? Direção de hospital comprado por JHC barra vereadores e diz não ter chave do prédio
Vereadores Joãozinho e Zé Márcio não tiveram acesso total às instalações do Hospital da Cidade (HC) - Foto: Ruan Teixeira

Após serem barrados de vistoriar o Hospital do Coração e se dirigirem à Central de Flagrantes, os vereadores Joãozinho (PSD) e Zé Márcio (MDB) retornaram à unidade de saúde, dessa vez acompanhados por duas guarnições da polícia, para tentar entrar no prédio e concluir a visita de fiscalização. 

Segundo Joãozinho, após terem a entrada proibida em diversas salas do edifício de dez andares, a dupla de vereadores buscou a polícia para registrar um Boletim de Ocorrência pelo crime de desobediência, retornando ao local em seguida.

Vereadores voltam ao hospital acompanhados de policiais militares - Foto: Ruan Teixeira
Vereadores voltam ao hospital acompanhados de policiais militares - Foto: Ruan Teixeira

Mesmo acompanhados de policiais, eles voltaram a ser barrados e a direção do hospital divergiu sobre a justificativa que impedia os parlamentares de fiscalizar o prédio. "Uma hora dizia que não tinha chaves e que as mesmas estavam em posse da construtora responsável pela obra da unidade de saúde, outra dizia que o prédio não era da prefeitura. Cada hora uma desculpa diferente, o prédio não tá pronto. De dez andares, não tem nenhum pronto", disse o vereador Zé Márcio. 

Em reunião com a direção do hospital, foi questionado se o equipamento hoje pertence à iniciativa privada ou é público, o que garantiria o direito dos parlamentares fiscalizarem as obras. No fim, ficou acordado entre os parlamentares e a direção do hospital que a visita poderia ser realizada na próxima segunda-feira (23). 

"Não tem nada pronto. O portal da transparência é claro. Tá lá pago o valor, por dois CNPJs diferentes, entendemos que a posse é do município. Estão impedindo de a gente adentrar, queremos saber o porquê. O que tem aí pra se esconder?", questionou Joãozinho. 

De acordo com o vereador, uma funcionária da prefeitura disse que eles não podiam entrar pois as salas que estava fechadas estavam sem piso. "Friso aqui que todos os locais que acessamos fomos acompanhados por funcionários. Zé Márcio, por sua vez, disse que de seis centros cirúrgicos, apenas dois estão prontos.  

"No primeiro prédio encontramos muitas coisas que não estão prontas, estão tentando fazer uma maquiagem para justificar o valor da denúncia que a gente fez e aí, no segundo prédio, só tem as portas e as paredes", explicou Zé Márcio. 

De acordo com os dois parlamentares, ambos foram ao hospital no fim da manhã desta sexta-feira (20) com o objetivo de avaliar o que estava sendo feito e analisar o andamento do trabalho, cumprindo seus papéis como vereadores." 

Inicialmente, os dois foram recebidos pelos funcionários do hospital e chegaram a vistoriar cinco andares de um dos prédios do empreendimento, verificando que apenas três deles estavam prontos, ouvindo como resposta que os equipamentos dos outros andares ainda não haviam chegado. Eles encontram salas vazias, sem equipamentos e algumas delas sem conclusão das etapas básicas das obras, como colocação de pisos, por exemplo. 

Ao seguirem para o prédio de dez andares, onde foram conduzidos direto para o décimo andar, todas as portas estavam fechadas e, segundo eles, a própria direção do hospital alegou que eles não poderiam ter acesso às mesmas. O mesmo aconteceu nos andares seguintes, sem justificativas plausíveis, o que fez com que os mesmos decidissem buscar a polícia.