Política
Interferência de militares da prefeitura de Maceió no caso do Dr. JHC será investigada pela PM
Um dos servidores a ser investigado seria um militar de patente superior do CBM, que é da assessoria da prefeitura de Maceió em cargo comissionado
O comportamento atípico, fora do expediente e das regras oficiais de alguns servidores públicos, civis e militares, no caso que envolve a suspeita de agressão contra mulher praticada pelo Dr JHC, irmão do prefeito de Maceió, JHC deve gerar dois inquéritos no âmbito da Segurança Pública do Estado de Alagoas.
Um primeiro inquérito, já se sabe, será conduzido pela delegada Ana Luiza Nogueira, que coordena as delegacias da mulher em Alagoas.
Ela tem total independência para apurar o caso, como explica o secretário de segurança do Estado Flávio Saraiva. “A delegada Ana Luiza é competente e tem toda a independência neste e em qualquer outro caso. Estou certo que ela fará a melhor investigação, como sempre faz, independente do CPF dos envolvidos”, pondera o secretário.
O caso, no entanto, deve resultar em outro tipo de apuração. Nessa segunda-feira (20/11) durante entrevista coletiva que deu na Serra da Barriga, em União dos Palmares, nas comemorações do 20 de novembro, o governador Paulo Dantas admitiu que haverá uma investigação da ação de alguns militares que apareceram no local da ocorrência envolvendo o casal – o Dr. JHC e a dentista Isadora Martins – e que não deveriam estar lá.
A apuração, segundo o governador, foi recomendada diante da informação de servidores públicos agiram para tentar “abafar” o caso.
Um dos servidores a ser investigado seria um militar de patente superior do CBM, que na assessoria militar da prefeitura de Maceió em cargo comissionado. Ele teria chegado ao local antes da guarnição e tentado impedir que os policiais tivessem até o acesso ao apartamento onde houve a ocorrência.
Este mesmo militar, que aparece em imagens gravadas no prédio da ocorrência e depois chega conduzindo o carro que levou a suposta vítima até a Central de Flagrantes, teria demorado cerca de 45 minutos para fazer um trajeto que levaria 15 minutos no máximo. A informação é que ele só teria levado Isadora para a Central de Flagrantes após ser advertido de que poderia ser processado por rapto.
“Os militares que foram acionados através do Copom agiram corretamente, inclusive o capitão que foi até o local diante das dificuldades que eles passaram a enfrentar no caso dado ao envolvimento de outros servidores públicos supostamente ligados ao município. Isso já está sendo apurado pela PM e deve resultar em outro procedimento”, aponta Saraiva.
A informação é que a PM deve abrir um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar). Já sobre os outros envolvidos, incluindo secretários do município de Maceió, eles poderão ser ou objeto do inquérito da delegada Ana Luiza ou de outro inquérito. “A Polícia agirá dentro da legalidade e com toda a isenção. Se houve algum tipo de interferência indevida de servidores públicos, comissionados ou não, ela será apurada”, aponta Saraiva.