Política
“Fui ameaçado na presença do JHC e ele não fez nada”: prefeito é acusado de oportunismo no caso Braskem
Alexandre Sampaio, empresário e presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, questiona o papel das autoridades diante do risco de colapso
Em entrevista ao Canal Uol, Alexandre Sampaio, empresário e presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, questiona o papel das autoridades diante do risco de colapso em cadeia em minas de sal-gema da Braskem, em Maceió.
“Eles dizem: vão para um lugar seguro. Mas eu pergunto para o geólogo, para o chefe da Defesa Civil, o prefeito de Maceió, onde há lugar seguro no entorno do mapa? Alguém pode garantir que aquelas pessoas estão em segurança podendo haver um colapso em cadeia dessas minas?, questiona Samapio.
Na entrevista de 28 minutos, Alexantre traz revelações importantes sobre o crime ambiental da braskem e acusa o prefeito JHC de oportunismo. Ele diz que João Henrique Caldas mudou de posição em relação a Braskem depois de eleito e relata que foi ameaçado durante reunião na presença dele e “ele não fez nada”.
Veja o que diz Alexandre Sampaio:
– Eu vou tentar resumir essa história. Na eleição em que JHC foi eleito (prefeito), ele pediu o apoio das associações das vítimas. E a gente sabia que estrategicamente naquele momento, era preciso ter apoio político e ele foi um deputado federal que teve forte atuação no caso, que deu algum apoio para a gente.
– Depois a gente descobriu que teria sido apoio meramente oportunista, mas nós fizemos um acordo com ele. O acordo era seguinte, nós ajudamos você a se eleger e você não assina um acordo com a Braskem. Isso porque a prefeitura precisava ser signatária do acordo sócio urbanística. Você não assina um acordo com a braskem, mas só assina quando a gente rever os termos do acordo do Ministério Público com a Braskem que eram termos absolutamente injustos. E ele fez um trato política conosco.
– Três meses depois de se eleger, ele abandona as vítimas, ele começa a negociar com a Braskem e a gente começa a pressionar para que ele cumprisse tudo que ele prometeu para as vítimas. E nessa pressão, foi durante a pandemia, a gente fechou o ministério público federal, a principal avenida da cidade, que é a Fernandes Lima. Ambos (MPF e MPE) prometeram rever os termos do acordo e foi só a gente sair que eles voltaram atrás, mentindo
-Nesse contexto, em 2021, a gente tinha feito um pedido formal de autocomposição para o ministério público, para que a gente revisse os termos dos acordos e fomos pedir o apoio do JHC. Né? E aí, nesse contexto, ele, a gente faz uma reunião na prefeitura. Nessa reunião, ele impede a presença da nossa assessoria de imprensa. Expulsa os jornalistas que estavam cobrindo, cria uma situação onde, através de alguns líderes, nós somos ameaçados.
– Eu e mais 2 integrantes e fomos ameaçados na presença do prefeito, na presença do procurador do município, na presença do chefe da defesa civil. E ele fez nada e as ameaças seguiram depois. É até que eu precisei gravar um vídeo que nunca foi publicado. Chegou até o prefeito e só depois disso as ameaças pararam
Veja aqui o texto do UOL:
Associação alerta para colapso em cadeia em Maceió: ‘Onde há lugar seguro?’
Veja aqui o vídeo: