Política

Agência Nacional de Mineração alerta para risco de desmoronamento de outras minas no Mutange

Na audiência foi revelado que, do total de minas abertas em Maceió pela Braskem, 31 delas teriam sido omitidas nas fiscalizações da ANM

Por Redação* 13/12/2023 11h11 - Atualizado em 13/12/2023 13h01
Agência Nacional de Mineração alerta para risco de desmoronamento de outras minas no Mutange
Região da mina 18 da Braskem - Foto: Reprodução/CNN

Em audiência pública, realizada ontem (12), em Brasília, o superintendente substituto da Agência Nacional de Mineração (ANM), Helder Pasti informou que outras minas na região do Mutange podem estar em processo de desmoronamento, como o que foi registrado na mina 18.

Pasti revelou que, dos 35 poços de sal, 9 foram preenchidos, sendo que cinco de maneira artificial. Com isso, fora da camada de sal-gema, indicando que podem estar em processo de desmoronamento.

Na audiência foi revelado que, do total de minas abertas em Maceió pela Braskem, 31 delas teriam sido omitidas nas fiscalizações da ANM. A agência apontou falta de equipe técnica para aplicar multas e fiscalizações ambientais e transferiu a responsabilidade da liberação das licenças para o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA).

O representante da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, informou que a situação atual da mina 18 não é clara e carece de monitoramento urgente e contínuo para garantir a segurança. Ele alertou que as minas 20 e 21, por estarem próximas, no Mutange, precisam de acompanhamento 24 horas de sonares.

Informações repassadas pelo representante do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Leandro Galvanese Kuhlmann, indicaram que, entre 2004 e 2013, houve subsidência progressiva naquela área: entre 2004 e 2006, afundamento de 100 milímetros; de 2006 a 2010, mais 100 milímetros; e, em 2013, cerca de 400 milímetros, demonstrando que a atividade mineradora acelerou o problema.

De acordo com o técnico, se fosse providenciado um estudo topográfico simples entre 2010 e 2012, quando as primeiras rachaduras em prédios e no solo foram percebidas por moradores (sem qualquer confirmação de que eram provocadas pela exploração de sal-gema, pela Braskem, poderia ter detectado o problema na zona de influência e evitado o desastre desta magnitude.

A audiência pública foi presidida pelo deputado federal Alfredo Gaspar de Mendonça (União) e contou com a presença do deputado federal Marx Beltrão (PP), além dos deputados federais Rafael Brito (MDB) e Fábio Costa (PP), que participaram de forma remota.

*Com informações da Gazeta Web