Política
Calote em Maceió: líderes de projeto da Semed denunciam atraso em pagamentos
Denúncia aponta que estudantes de ensino superior que fazem parte do Conquista Maceió não receberam salários de dezembro e que não há previsão para pagamento
Professores que fazem parte do projeto Conquista Maceió - parceria da prefeitura do município com o Instituto Alicerce para dar suporte a alunos da rede municipal que sofrem com defasagem no ensino - denunciam que estão sem receber pagamentos referentes ao mês de novembro.
O projeto prevê que estudantes de vários cursos e diferentes instituições de ensino superior de Maceió atuem em escolas da rede pública para dar reforço a alunos que possuem déficit educacional, com mais 100 pessoas divididas em 91 escolas de Maceió através da parceria.
De acordo com a denúncia, o Conquista Maceió prevê o pagamento de R$16,87 por hora/aula, e os professores, que são chamados de líderes, podem ministrar até 4 horas/aula por dia, totalizando 20 horas semanais. Já os coordenadores, que têm o papel de atuar junto à direção das escolas e executar o planejamento do projeto, trabalham 8h por dia.
“Essa é a principal fonte de renda da maioria das pessoas envolvidas no projeto”, garante a fonte, ao Jornal de Alagoas, sob a condição de anonimato. Ainda segundo o denunciante, eles são contratados como MEIs e há a possibilidade de rompimento do vínculos com a Prefeitura de Maceió e a não continuidade da prestação do serviço.
Os trabalhadores temem ficar sem salário durante o fim de ano, já que a denúncia da conta de que a Secretaria Municipal de Educação (Semed) repassou à direção do Instituto Alicerce, que não há previsão para pagamento.
Represália
Outro temor de quem atua no projeto Conquista Maceió é de represália em caso de formalizar ou publicizar alguma reclamação.
“Ficamos sabendo que profissionais terceirizados da BRA, empresa que presta serviço de limpeza à Semed nas escolas de Maceió, foram demitidos após reclamar seus salários atrasados em grupos de conversa em aplicativos ou nas redes sociais”, relatou.
Resposta da Prefeitura de Maceió
O Jornal de Alagoas entrou em contato com a Semed, através da assessoria de comunicação, e questionou o atraso no repasse e a suposta não previsão de pagamento para quem atua no projeto Conquista Maceió.
Conquista Maceió
O projeto Conquista Maceió teve início em abril de 2023 e após alinhamento entre o Instituto Alicerce e gestores das escolas municipais, começou a ser operacionalizado para estudantes da rede de ensino, com o objetivo de reforçar os estudos nos contraturnos das escolas municipais, a fim de promover o avanço do desempenho escolar dos alunos no ensino regular, especialmente em Língua Portuguesa e Matemática, no qual 91 unidades escolares serão contempladas.
A secretária-adjunta de Educação de Maceió, professora Emília Caldas, pontuou, em abril, em material produzido pela assessoria da Semed, a importância da aplicação do Conquista Maceió. “Vamos trabalhar de forma lúdica com o estudante, de modo que ele consiga avançar na aprendizagem e que chegue ao nível adequado para a sua faixa etária e escolaridade. Neste momento, estamos priorizando aqueles que estão em distorção de idade e escolaridade, com déficit de aprendizagem para que, no contraturno, eles possam ter esse suporte e alcancem o nível de aprendizagem adequado”, afirmou.
O Instituto Alicerce é uma organização sem fins lucrativos que trabalha no contraturno escolar com foco na recuperação de defasagens escolares das redes de ensino. Para serem selecionados, os jovens colaboradores tiveram que passar por um rigoroso processo, com prova, avaliação de currículos, de experiências e demais testes.