Um ano depois, a prefeitura de Maceió ainda não realizou a entrega da premiação dos alunos da rede municipal que venceram a I Olimpíada de Língua Portuguesa, realizada pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) em 2022, através do projeto Educar É Massa.  

O concurso premiou com tablets e viagens os três primeiros colocados da competição. Os professores dos alunos ganhadores também seriam contemplados. Um ano depois, porém, nenhum prêmio foi entregue, mesmo sendo realizada uma cerimônia de premiação, no mês de novembro de 2022, em que os participantes ganharam apenas um certificado. 

“Em 23/11 fizeram uma cerimônia de premiação, na qual entregaram um certificado e o ‘vale’ do tablet. Disseram que em breve chegaria. E até agora nada. A aluna já está em outra escola, seguiu para o Ensino Médio, sem a premiação’’, disse um dos professores que acompanharam o processo e pediu para não ser identificado sob medo de represálias. 

O resultado dos ganhadores chegou até ser publicado no Diário Oficial do Município, no dia 29 de dezembro do ano passado. O professor Adaílton Cortez, que ensina na rede pública maceioense fez, nesta quarta-feira, 20, uma reclamação formal à ouvidoria da Semed cobrando a entrega dos materiais referentes a premiação. 

"Até o momento, os premiados nas Olimpíadas de Língua Portuguesa de 2022 ainda não receberam nenhuma das premiações. Já faz mais de um ano do resultado oficial e quase dois anos do lançamento do edital. Professores e alunos premiados estão há um ano esperando e sequer conseguem uma resposta adequada ou uma data de espera. A viagem chegou a ser marcada em três ocasiões e desmarcada arbitrariamente pela Semed. E o processo administrativo referente a compra dos equipamentos se estende ao infinito’’, escreveu o professor. 

A aluna Sandryelly Rayssa de Oliveira, vencedora do projeto, estudava na escola Zumbi dos Palmares, localizada no Clima Bom, na parte alta de Maceió, à época da premiação e ficou no terceiro lugar na competição na categoria Crônicas, com o texto “O dia de São João”. Ela manifestou descontentamento com a forma com que a situação foi conduzida pela Semed. 

“No dia da premiação, eles me deram um vale tablet, e me disseram que chegaria após 15 dias da premiação e já se passaram 1 ano, e ainda estou com o vale. Esse tablet e nunca chegou na minha mão. Não estou aqui para reclamar de um tablet, mas sim da maneira que esqueceram de nós. Eles não tiveram a consideração de ligar ou explicar se gostaríamos de ganhar ou não, o tablet. E aqui estou esse tempo todo, na esperança de ganhar o meu prêmio, porque eu e o meu professor lutamos para que a minha crônica fosse a melhor, e conseguimos ganhar o terceiro lugar em toda a Maceió, mas não tive o direito de ganhar o meu prêmio, eles esqueceram de mim, mas eu não esqueci. Esqueceram de como eu lutei para a minha crônica ficasse entre as melhores”, lamentou a jovem.

Sem transparência 

Outra fonte também questionou a falta de transparência da gestão com a educação do Município. ''Ninguém sabe dar uma resposta sobre a questão, ninguém informa e entra em contato, e ficamos a mercê da boa vontade da administração pública que é omissa diversas vezes, negligente, chegando a ser perversa com o profissional e alunos. Não pude dar uma resposta concreta para a minha aluna’’, explicou, completando: 

“É um desrespeito com os professores e alunos o que fizeram. Chegaram a agendar a viagem de premiação dos professores e cancelaram mandando uma mensagem pelo WhatsApp de noite, sendo que a viagem era na manhã seguinte. É absurdo, constrangedor e humilhante para o professor. Não existe isso”, concluiu. 

Semed

A reportagem buscou a Semed para esclarecimentos sobre estas situações. O espaço está aberto para atualizações.