Política

Um “calote” no futuro de Maceió: prefeito promete iphones e tablets, alunos recebem um vale

Os alunos levaram para casa apenas o certificado e a ilusão de que um dia fariam uma viagem e receberiam um tablet como prêmio

Por Blog do Edivaldo Júnior 22/12/2023 12h12 - Atualizado em 22/12/2023 12h12
Um “calote” no futuro de Maceió: prefeito promete iphones e tablets, alunos recebem um vale
JHC - Foto: Reprodução

Um vale que nada vale, vale o que? Há mais de um ano, os alunos que venceram a I Olimpíada de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação (Semed) em Maceió esperam para receber a premiação. Levaram para casa apenas o certificado e a ilusão de que um dia fariam uma viagem e receberiam um tablet como prêmio.

Até agora, só resta a frustração. “No dia da premiação, eles me deram um vale tablet, e me disseram que chegaria após 15 dias da premiação e já se passou 1 ano, e ainda estou com o vale. Esse tablet nunca chegou na minha mão. Não estou aqui para reclamar de um tablet, mas sim da maneira que esqueceram de nós…eles esqueceram de mim, mas eu não esqueci”, desabafou Sandyelly Rayssa de Oliveira, terceira colocada na categoria Crônicas.

Vale tablet de Sandyelly Rayssa de Oliveira, terceira colocada na categoria Crônicas
Vale tablet de Sandyelly Rayssa de Oliveira, terceira colocada na categoria Crônicas

O “calote” na Educação não se resume a essa premiação. Além de denúncias de atrasos no pagamento de fornecedores e prestadores de serviços na Semed, a prefeitura não entregou os 3 mil Iphones e Macbooks e TVs Touch Screen prometidos pelo prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL).

Em março deste ano, o prefeito lançou o programa Professor do Futuro. Um projeto que até agora não tem passado de uma promessa e provavelmente não será executado nem no presente, nem no futuro.

“Lançamos o professor do futuro. São 3 mil educadores com iPhone e mackbook. E mais que isso, vamos colocar televisões touch screen nas salas de aula para facilitar o processo de aprendizado. Tecnologia e educação andam lado a lado. É a inovação a serviço de uma Maceió mais justa e com igualdade de oportunidade”, destacou o prefeito no lançamento do programa, em 24 de março de 2023 (veja aqui).

O Professor do Futuro seria executado pela Trako uma empresa de tecnologia de Alagoas, que tem um software exclusivo que facilita o processo de aprendizagem. Seria. Do contrato de R$ 52 milhões assinados com a prefeitura, sem licitação, só foram pagos R$ 2 milhões (veja abaixo), o equivalente a um mês de prestação dos serviços.

Pior. O CEO da Trakto, Paulo Tenório, realizador do Trakto Show, também reclama de ter levado “calote” da prefeitura no patrocínio de um dos maiores eventos de tecnologia do país – realizado em Maceió na segunda semana deste mês.

O ano termina para a Educação de Maceió como começou. Sem Iphones, Macbooks ou tablets e, pior, sem se nenhuma resposta da prefeitura ou da Semed para as reclamações de prestadores de serviços, especialmente pessoal dos serviços gerais, que pode passar o Natal sem 13o e sem salários. Mas essa é outra história.

Cadê os tablets?

Um ano após a realização (em novembro de 2022) da I Olimpíada de Língua Portuguesa pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) em Maceió, a prefeitura ainda não entregou os prêmios aos alunos vencedores. Os três primeiros colocados, que deveriam receber tablets e viagens, juntamente com seus professores, foram apenas agraciados com certificados durante uma cerimônia em novembro de 2022.

A entrega dos prêmios foi adiada várias vezes, e até o momento, nenhum dos ganhadores recebeu a premição. Um professor, receoso de represálias, expressou sua insatisfação e preocupação, destacando que a aluna vencedora já está em outra escola, ingressando no Ensino Médio, sem ter recebido o prêmio.

O professor Adaílton Cortez formalizou uma reclamação à ouvidoria da Semed cobrando a entrega dos materiais referentes à premiação. Em sua queixa (veja abaixo), ele ressaltou a falta de resposta adequada e datas definitivas por parte da Semed, mencionando ainda que viagens foram marcadas e desmarcadas arbitrariamente.

A vencedora Sandyelly Rayssa de Oliveira, terceira colocada na categoria Crônicas, manifestou seu descontentamento, alegando que recebeu apenas um “vale tablete” no dia da premiação, prometendo a chegada do prêmio em 15 dias, o que não ocorreu mesmo após um ano.

Além disso, há críticas à falta de transparência da gestão municipal em relação à situação, com fontes ressaltando a negligência e o desrespeito aos professores e alunos. A Semed não forneceu esclarecimentos até o momento, e o espaço está aberto para atualizações.