Política
"Negócio imobiliário": grupo pede prisão de diretores da Braskem e revisão de acordo com a Prefeitura
Movimento Unificado de Vítimas da Braskem reuniu-se com a comitiva do Conselho Nacional de Justiça, que está em Maceió para investigar documentos do Caso Braskem
A comitiva do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que está em Maceió para investigar os documentos do caso Braskem, reuniu-se, na noite desta quinta-feira (18), na sede do Tribunal de Justiça, com representantes do Movimento Unificado de Vítimas da Braskem (MUVB) e com representantes dos bairros que estão em situação de ilhamento social.
Durante a reunião, o movimento apresentou dois documentos ao CNJ, o primeiro deles, um ofício, inicia-se com a seguinte frase: “Como os Acordos com a Braskem legalizaram a barbárie e transformaram o maior crime socioambiental do mundo em área urbana no melhor negócio imobiliário do planeta” e pede, em seguida, o acompanhamento da Queixa Crime impetrada contra a Braskem e também a prisão em flagrante de integrantes da empresa petroquímica.
O segundo documento exige a revisão do acordo entre a Prefeitura de Maceió e a empresa, explicitando vários pontos do termo em que há incongruências e descolamento da realidade das vítimas atingidas pelo afundamento de solo e todos os processos que ocorrerão a partir da remoção dos moradores e esvaziamento de cinco bairros de Maceió, além das questões psicológicas, ambientais, sociais e econômicas que permeiam o caso.
“Em suma, nós queremos que a empresa responsável por causar todos esses danos seja penalizada e não privilegiada, como está ocorrendo a partir destes acordos”, afirma Neirevane Nunes, que participou da reunião e é uma das líderes do MUVB.
Ela critica a atuação dos Ministérios Públicos Federal e Estadual na condução dos casos que envolvem os moradores de regiões como os Flexais, a Rua Marquês de Abrantes e o bairro do Bom Parto, que passam por um processo de ilhamento social e estão às margens da área de risco determinada pela força-tarefa que cuida do caso Braskem.
Nesta sexta-feira (18), o CNJ ouviu, em Maceió, membros da Braskem e, em seguida, percorreu os bairros afetados pela mineração desenfreada da empresa.