Política
Grupo de JHC atua para impedir instalação de CPI na Câmara de Vereadores de Maceió
O esforço para criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ou CEI para investigar o crime da Braskem em Maceió enfrenta obstáculos inesperados.
O requerimento encabeçado pela vereadora Teca Nelma (PSD), tem apenas sete assinaturas, insuficientes para atingir o mínimo de nove requerido para a formação da comissão.
De forma inexplicável, a prefeitura de Maceió, que deveria, em tese, ter interesse na investigação faz pressão para evitar a instalação da CPI.
Fora da bancada “oficial” do governo, a resistência é principalmente notável entre membros da bancada do MDB. Cinco dos oito vereadores do partido (Galba Netto, Chico Filho, Olívia Tenório, Luciano Marinho, Silvânia Barbosa, Brivaldo Marques,Zé Márcio Filho, Fernando Holanda) estão alinhados com o prefeito JHC (PL), contrariando a iniciativa da CPI.
A divisão na bancada do MDB reflete uma disputa de poder mais extensa que envolve políticos alagoanos com ramificações em Brasília, incluindo o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP).
A oposição alega que a situação reflete manobras políticas em ano eleitoral. Enquanto isso, o grupo contrário à criação da CPI sustenta que a discussão em torno do assunto é movida por interesses políticos visando o pleito de outubro, quando JHC buscará a reeleição.
O acordo de R$ 1,7 bilhão entre a Braskem e a prefeitura de Maceió talvez seja um obstáculo ainda maior para a instalação fa CPI, afinal é um volume considerável de recursos, capaz de mudar os rumos de qualquer eleição na capital. Mas essa é outra história.