Política

''Instrumento de pão e circo'': presidente do Sindicato dos Artistas de Alagoas critica gestão cultural de Maceió

Dudu Nogueira conversou com a reportagem do Jornal de Alagoas e desabafou sobre o atual cenário da cultura no Município

Por Ruan Teixeira 20/02/2024 17h05 - Atualizado em 20/02/2024 17h05
''Instrumento de pão e circo'': presidente do Sindicato dos Artistas de Alagoas critica gestão cultural de Maceió
Dudu discursando durante audiência pública nesta última segunda-feira, 19 - Foto: Reprodução

Em uma entrevista exclusiva concedida ao Jornal de Alagoas, Dudu Nogueira, presidente da junta governamental do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos de Diversões do Estado de Alagoas, lançou duras críticas à gestão cultural do prefeito de Maceió, JHC (PL). 

Nogueira apontou a criação da Secretaria de Cultura de Maceió no último ano como um movimento que, em vez de fortalecer a política cultural, resultou na burocratização e no desvio de foco. 

Segundo ele, a secretaria tornou-se um "órgão de fachada e cabide de emprego", sem autonomia e recursos suficientes para desenvolver suas atividades. Além disso, ressaltou que o Conselho Municipal de Cultura, responsável por propor e fiscalizar políticas culturais, está paralisado devido à falta de assinatura do prefeito. 

O presidente do sindicato ainda criticou a utilização da cultura como instrumento de "pão e circo" pela Prefeitura de Maceió, destacando a ausência de planejamento cultural e a transferência dos grandes eventos para a alçada da Secretaria de Comunicação, com um orçamento substancial de 33 milhões de reais. 

Nogueira questionou se o atual cenário representa uma transição de um planejamento cultural para uma política de massa, ou "Massayó", como ironicamente denominou. Ele também demandou esclarecimentos sobre a existência de planos e cronogramas anuais de eventos por parte da Secretaria de Comunicação e se há um compromisso efetivo com a promoção da tradição cultural da cidade. 

Concluindo, Nogueira expressou profunda preocupação com a "lacuna cultural nunca antes imaginada" vivenciada em 2024, ressaltando a necessidade urgente de mudanças para revitalizar e fortalecer a cena cultural de Maceió.