Política

Movimento de Vítimas da Braskem não é convidado para reunião sobre fundo à moradores

O prefeito de Maceió, JHC (PL), encontrou nesta última terça-feira, 27, com algumas vítimas da mineradora, porém, ''esqueceu'' do MUVB

Por Ruan Teixeira 28/02/2024 17h05
Movimento de Vítimas da Braskem não é convidado para reunião sobre fundo à moradores
JHC não convida Movimento Unificado das Vítimas da Braskem para reunião que define ações e estratégias que vão basear o Fundo de Amparo ao Morador (FAM) - Foto: Itawi Albuquerque / Secom Maceió

Nesta última terça-feira, dia 27, o prefeito de Maceió, JHC (PL), encontrou com algumas vítimas da Braskem para delinear estratégias fundamentais que nortearão a criação do Fundo de Amparo ao Morador (FAM). No entanto, o Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) alega não ter sido convidado para participar desse encontro, lançando luz sobre questões de representatividade e inclusão. 

Maurício Sarmento, um dos representantes do MUVB, expressou sua decepção em relação à ausência de convite para a reunião. Em entrevista ao Jornal de Alagoas, ele destacou que o movimento não apenas esteve ausente do evento, mas também não foi previamente informado sobre sua realização. 

"Não participamos dessa reunião e nem sequer fomos avisados. Está claro que houve uma segregação por parte da Prefeitura de Maceió para com as vítimas. Algumas lideranças estão sendo chamadas para participar de reuniões, mas o Movimento sequer foi avisado que haveria a reunião", afirmou Sarmento. 

Sarmento ainda disse que o encontro proporcionado por JHC, foi mais uma reunião para ''distribuir migalhas para as vítimas. ''O que ocorreu em Maceió foi o maior crime ambiental em áreas urbanas do mundo e deveria ser tratado como tal. No entanto, o que tem sido oferecido às vítimas não é uma reparação integral dos danos nem uma indenização justa, mas apenas migalhas desse crime'', contou. 

No bate-papo com a reportagem, Maurício também defendeu o senador alagoano, Renan Calheiros (MDB), que foi um dos pilares para a construção da CPI da Braskem. Segundo o represente, a mineradora tem forte influência no Senado. 

''É indignante ver a influência da Braskem até no Senado da República. O Senador Renan, que trabalhou pela CPI, foi ignorado na escolha do relator, em favor de alguém que nem assinou o requerimento de apoio à CPI. Além disso, há uma grande chance de tudo terminar em pizza, com a CPI direcionando-se a assuntos de pouca importância no momento. As vítimas devem ser o foco central desse debate, e não apenas quem cavou o buraco, pois este já está lá. Agora, é crucial resolver a situação das vítimas'', finalizou. 

Enquanto isso, a Prefeitura de Maceió divulgou informações sobre as discussões travadas na reunião, destacando medidas como a isenção de impostos municipais e a inscrição para habitação dos moradores atingidos pelo afundamento.