Política
Rivalidade entre Calheiros e Lira não afetará CPI da Braskem, diz relator
Senador Rogério Carvalho (PT-SE) promete apresentar caminhos para que tragédia socioambiental não se repita no país
O relator da CPI da Braskem, senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou não acreditar que a rivalidade política entre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não deve atrapalhar o trabalho do colegiado que apura as responsabilidades sobre a tragédia que destruiu cinco bairros em Maceió afetando a vida de mais de 60 mil pessoas.
A fala de Carvalho foi dita durante o programa Brasil Agora da rede SBT News nesta segunda-feira, 4 de março. Carvalho detalhou como serão os trabalhos da CPI e explicou que a primeira etapa envolve "caracterizar o problema" por meio de conversas com professores, como o técnico que assinou laudo anunciando o colapso da mina 18 da Braskem e o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Sousa.
Na segunda etapa, a CPI vai atrás dos responsáveis. "Quem deu causa? Quais são as responsabilidades? Qual foi a negligência, a conivência? Quem mandou, determinou que continuassem a fazer a exploração da mina de sal-gema e por quê?", explicou.
Na terceira etapa o objetivo é debruçar-se sobre os acordos feitos para reduzir o dano ou evitar que ele se alastre. "Vamos encontrar as respostas e apresentar caminhos para que tragédias ou calamidades como essas, como de Brumadinho, Mariana e de sal-gema em Maceió, não se repitam. Por que essas cavidades foram abertas e, depois de concluída a exploração, não foram fechadas?", questionou o senador.
Carvalho foi perguntado se os trabalhos da CPI podem ser afetados pela rivalidade entre o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), aliado do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL).
"Vamos manter equidistância de ambos os lados. O objeto nem são interesses de Lira, nem são os interesses de Renan Calheiros. Os interesses que precisam ser preservados são do povo de Alagoas, de Maceió, do Brasil. Da sociedade brasileira, que se sente atacada e violentada pela ganância de empresas que exploram, além do limite permitido, fora da lei, determinadas riquezas. Esse é o foco. O resto é conversa pra boi dormir", apontou o senador.