Política
CPI da Braskem ouve os primeiros depoimentos nesta terça-feira
Prestam depoimento os professores da Universidade Federal de Alagoas Abel Marques e Natallya Levino, além do doutor e ativista em ecologia e pós-doutor em meio ambiente José Marques e vítima do afundamento dos bairros atingidos pela mineração
A CPI da Braskem começa a ouvir nesta terça-feira (05), três depoentes. Prestam depoimento os professores da Universidade Federal de Alagoas Abel Marques e Natallya Levino, além do doutor e ativista em ecologia e pós-doutor em meio ambiente José Marques, vítima, e vítima do afundamento dos bairros atingidos pela mineração.
O engenheiro civil Abel Galindo Marques, professor aposentado da Universidade Federal de Alagoas. Autor dos três requerimentos de convocação, o relator da comissão parlamentar de inquérito, senador Rogério Carvalho (PT-SE), aponta que Abel Galindo foi um dos primeiros profissionais a alertar sobre possibilidade de desabamento do teto de uma das minas escavadas pela Braskem para lavra de sal-gema em Maceió.
A CPI também vai ouvir o ativista José Geraldo Marques, doutor em ecologia. De acordo com Rogério Carvalho, Marques é uma das vítimas da evacuação dos bairros atingidos pela mineração da Braskem. Ele teria sofrido pressões e ameaças por se opor à instalação da empresa Salgema, ligada à Braskem, e enfrentado muitas reações por criticar a decisão do governo da época pela implantação da indústria. José Geraldo e Abel Galindo são autores do livro Rasgando a Cortina de Silêncios: o lado B da exploração de sal-gema em Maceió.
A engenheira Natallya de Almeida Levino, professora da Universidade Federal de Alagoas, também será ouvida pela CPI na terça-feira. Segundo o requerimento, a professora é coordenadora de uma pesquisa sobre as dimensões econômica, social e ambiental da subsidência (movimento, relativamente lento, de afundamento de terrenos) que atinge cinco bairros de Maceió.
Na quarta-feira, serão ouvidos o servidor aposentado da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), Thales Sampaio, e o diretor-geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), Mauro Henrique Sousa. O relator da CPI da Braskem, senador Rogério Carvalho (PT-SE), antecipou que os especialistas vão fornecer dados que explicam o afundamento do solo. Já o senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) afirmou que os representantes da ANM e CPRM vão ajudar a esclarecer sobre a omissão e a negligência das autoridades públicas. Os depoimentos começam às 9h.
Além de técnicos, na última quarta (28),a CPI aprovou a convocação do diretor-presidente da Braskem, Roberto Bischoff, e de mais sete pessoas para prestarem esclarecimentos no colegiado.
*Com informações da Agência Senado