Política
''Sei valores de cabeça'': Presidente da CPI da Braskem ironiza custo de Hospital da Cidade, comprado por JHC
Senador Omar Aziz (PSD-AM) diz que fará uma visita ao equipamento: ''vamos conhecer porque é muito dinheiro para um hospital de pouco mais de cem leitos''
Durante sessão da CPI da Braskem, nesta última terça-feira, 23, o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), fez duras críticas sobre a aquisição do Hospital do Coração, hoje, Hospital da Cidade, pela Prefeitura de Maceió, no valor de ''R$ 260 milhões''.
Segundo o senador, o preço é excessivamente alto para um hospital com pouco mais de cem leitos.
Aziz ressaltou que a atenção básica em saúde é de responsabilidade dos municípios, enquanto a média e alta complexidade não são funções da prefeitura. Ele questionou o custo anual elevado de manter um hospital de alta complexidade e afirmou que um estabelecimento desse tipo não deveria custar R$ 260 milhões, nem mesmo em Maceió.
O senador também mencionou sua experiência na construção do maior hospital do Norte-Nordeste em quatro anos e declarou que irá visitar o hospital adquirido para investigar os gastos.
“Está de brincadeira, comprar um hospital por R$ 260 milhões, com cento e poucos leitos. Quero dizer que atenção básica é a responsabilidade do município. [Atendimento de] média e alta complexidade não é função da prefeitura e comprar um hospital de alta complexidade tem custo anual altíssimo. Além disso, um hospital não custa R$ 260 milhões em nenhum lugar, muito menos em Maceió. Em quatro anos, eu construí o maior hospital do Norte-Nordeste, e sei valores de cabeça. Aliás, nós vamos fazer uma visita e vamos conhecer porque é muito dinheiro para um hospital de pouco mais de cem leitos”.
Falta de transparência
Além disso, Aziz criticou os documentos relacionados à ação da Braskem em Maceió e a atuação dos órgãos fiscalizadores, incluindo a Agência Nacional de Mineração (ANM). Ele apontou que o diretor da Braskem admitiu a responsabilidade da empresa no caso.
“Os laudos feitos até agora, todos eles, são de uma irresponsabilidade total. A Agência Nacional de Mineração [ANM], com irresponsabilidade total; os órgãos fiscalizadores tanto do município como do estado, irresponsabilidade total. Se chegamos nesse caos, o próprio diretor da Braskem admitiu aqui que a responsabilidade era da empresa”.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) também se manifestou sobre o assunto, concordando com Aziz quanto à discrepância nos valores apresentados. Ele destacou que um hospital de alta complexidade na Bahia, com quase 200 leitos, custou R$ 120 milhões, incluindo equipamentos, o que torna o valor do hospital em Maceió desproporcionalmente alto.
A discussão ocorreu durante o depoimento do procurador-geral de Maceió, João Luis Lobo, que estava sendo ouvido pela CPI.
*Com informações do Agência Senado.