Política
Procurador de Maceió se contradiz ao falar sobre R$ 300 milhões para o Fundo de Amparo ao Morador
João Luis Lobo Silva prestou depoimento à CPI na última terça-feira (23)
O procurador-geral do município de Maceió, João Luis Lobo Silva, foi ouvido pelos integrandes da Comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Braskem na última terça-feira (23) e teve certa dificuldade para explicar aos senadores que integram a comissão o que foi feito com o dinheiro que o Município recebeu após acordo com a mineradora.
Segundo o depoente, dos R$ 1,7 bilhão pactuado entre a Braskem e a prefeitura de Maceió, somente R$ 950 milhões teriam sido pagos até agora. Desse valor, ele alega que R$ 300 milhões foram "guardados" para Fundo de Amparo ao Morador (FAM), criado para auxiliar financeiramente as vítimas do desastre ambiental que afetou milhares de moradores da capital alagoana.
Apesar disto, Lobo entra em contradição ao, em outro momento, ao alegar que este valor ainda "vai ser" colocado no fundo.
"Primeiro tem que botar o dinheiro na prefeitura e depois bota pra população, é isso?", perguntou o senador Otto Alencar.
"O dinheiro tem que entrar na prefeitura para que a gente possa fazer o gasto", respondeu o procurador-geral.
"Esse valor de R$ 300 milhões está mantido lá [no fundo], está mantido, agora, o município já fez várias despesas como a compra do hospital, com a questão das creches...", diz o procurador, explicando os gastos realizados com o dinheiro do acordo até o momento.
Criado em julho de 2023 e gerido por um comitê com o objetivo de prestar apoio financeiro às vítimas da Braskem, até o presente momento, a comissão responsável por gerir o fundo não esclareceu como é o seu funcionamento ou realizou ações direcionadas aos moradores.