Política
Senadores confirmam envolvimento de ex-gerente da Braskem no colaspo de Maceió
A CPI busca esclarecer o colapso que afundou cinco bairros da capital alagoana, prejudicando mais de 60 mil pessoas
Paulo Roberto Cabral Melo, ex-responsável técnico pela Braskem em Maceió, foi convocado a depor coercitivamente na CPI da Braskem após faltar à convocação dos senadores na última terça-feira, 7. A CPI busca esclarecer o colapso que afundou cinco bairros da capital alagoana, prejudicando mais de 60 mil pessoas.
O engenheiro foi beneficiado por um habeas corpus para permanecer em silêncio durante o depoimento, porém optou por não comparecer à sessão. Senadores afirmam que está evidente o envolvimento de Cabral no processo irregular de exploração de sal-gema que levou ao colapso.
O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), destacou a responsabilidade de Cabral, que atuou como gerente-geral da planta de mineração da Salgema, atual Braskem, de 1976 a 1997. Carvalho ressaltou que a empresa contratava empresas de engenharia para validar suas atividades, o que levanta questões sobre a fiscalização estatal.
A investigação também abrange outros envolvidos, como Álvaro Cesar Oliveira de Almeida, diretor industrial da Braskem, e os gerentes de produção Marco Aurélio Cabral Campelo, Paulo Márcio Tibana e Galileu Moraes. A Polícia Federal suspeita de omissão de documentos que evidenciariam os riscos do processo, além de falsificação de estudos ambientais.
A CPI busca acesso a documentos e comunicações que possam confirmar a responsabilidade dos envolvidos. Caso comprovado o envolvimento direto no crime ambiental, os suspeitos poderão ser responsabilizados por diversos delitos, incluindo poluição qualificada e usurpação de recursos da União.